BOLSONARO/PAULO GUEDES APROVEITAM A PANDEMIA PARA PASSAR A BOIADA

 No Brasil de hoje, os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres cada vez mais pobres. Com queda do PIB e da renda, os bilionários aumentaram a sua fortuna. As variações especulativas da Bolsa de Valores explicam em parte o crescimento do estoque de riqueza dos super-ricos. Grande parte da burguesia industrial se retira das atividades produtivas e passa viver de especulação financeira e patrimonial. O sistema tributário, ao punir o trabalho e a produção, estimula o entesouramento e o absenteísmo.

O programa de Bolsonaro/Paulo Guedes, de desindustrialização e regressão tecnológica e produtiva, cai com uma luva para as classes dominantes. Muitos burgueses brasileiros nem sequer tem residência em território nacional. Não têm um fiapo de compromisso com o país e seu povo. A restrição que a classe dominante faz à dupla Bolsonaro/Guedes é que, com sua inabilidade, possam interromper a “passagem da boiada”. Para os bilionários brasileiros, essa é a melhor das políticas, um programa econômico que faz aumentar a riqueza de quem já é rico, em qualquer circunstância.

Em meio à pandemia, o governo aproveita para tanger a boiada ultraliberal. Conta com a aprovação da mídia e o beneplácito do sistema político-jurídico. O presidente da Câmara, em consonância com os seus representados – os banqueiros - manobrou em prol da manutenção do veto ao aumento dos servidores públicos. O Senado ameaça esvaziar o Fundeb, ao excluir o índice Custo Aluno-Qualidade. A mídia, que teme as ameaças à “liberdade de imprensa” do capitão tresloucado, brada em uníssono por uma reforma administrativa para reduzir salário e desempregar os funcionários públicos. A lei do teto dos gastos é tratada como um cânone.

Apesar dos arroubos do capitão, há um consenso entre o mercado financeiro, a maioria do STF, as forças armadas, a mídia e a maior parte do Congresso para dar seguimento à retirada de direitos, a liquidação do patrimônio nacional e à acumulação com base no saque dos recursos naturais e da superexploração do trabalho. O máximo que se faz é uma política de contenção, em um eterno morde e assopra com o fascismo.

O superministro Guedes promete um pacote econômico apelidado de Big-Bang. O núcleo desse pacote será uma política radical de privatização e desregulamentação econômica, acompanhada de um arremedo de política compensatória na forma de uma renda mínima abaixo das necessidades de sobrevivência. A maior parte da população está preocupada em garantir a sobrevivência. A incerteza em relação ao futuro, o medo do desemprego e a ruína econômica que se avizinha não podem ser resolvidos. A “aprovação” ao capitão não tarda em despencar.

A política de terra arrasada é muito profunda. De 2015 para cá, as políticas ultraliberais estão retirando a capacidade do Estado brasileiro de intervir na economia e promover programas sociais. Em função de toda essa destruição, está cada vez mais claro que só a mobilização é capaz de derrotar o ultraliberalismo e o fascismo. Lutar! Lutar para além das limitações institucionais. Lutar em torno de um programa que não separe a defesa das liberdades democráticas da luta por direitos sociais e das questões econômicas. Nada se pode esperar desse bloco de poder antipopular e apátrida.

- Fora Bolsonaro e seu governo genocida e de traição nacional

- Abaixo todas as políticas anti-povo e anti-nacionais

- Pelo socialismo

- Todo o poder às massas trabalhadora


Brasil, 25 Agosto de 2020






GERALDO VANDRÉ – UMA POESIA SIMPLES E DIRETA CONTRA A DITADURA

O ano de 1968 foi marcado por fortes mobilizações contra a ditadura militar. A arte popular, principalmente a música, refletiu essa luta do povo contra a ditadura. E uma voz que se destacou por cantar essa resistência foi a de Geraldo Vandré. Autor de melodias simples e diretas, as letras de Vandré têm o dom de inspirar a luta e a resistência. Cantiga Brava é parte do disco Canto Geral, de 1968, último antes do exílio do cantor e compositor.

CANTIGA BRAVA

Geraldo Vandré

 

O terreiro lá de casa

Não se varre com vassoura,

Varre com ponta de sabre

E bala de metralhadora.

 

Quem é homem vai comigo

Quem é mulher fica e chora

Tou aqui, quase contente,

Mas agora, vou-me embora.

 

Como a noite traz o dia,

Com tristeza ou com demora.

Terá quem anda comigo,

Sua vez e sua hora.

 

O que sou nunca escondi,

Vantagem nunca contei,

Muita luta já perdi,

Muita esperança gastei.

Até medo já senti,

E não foi pouquinho não.

Mas, fugir, nunca fugi,

Nunca abandonei meu chão

 

https://www.youtube.com/watch?v=09bZl8Rr-NQ

 


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