LUTAR CONTRA A POLÍTICA GENOCIDA DE BOLSONARO/PAULO GUEDES É LUTAR CONTRA O AJUSTE ULTRALIBERAL

 É quase certo que, nesta semana, chegaremos aos 100 mil mortos pelo coronavírus. Trata-se de um verdadeiro genocídio do Estado brasileiro contra o povo causado pelo governo Bolsonaro. Valendo-se da posição privilegiada conferida pelo cargo, Bolsonaro vence a queda de braço com governadores e prefeitos. Estes, que inicialmente afrontaram a política genocida de Bolsonaro, agora cedem diante da pressão do governo federal e de setores do capital. Acresça-se aí, nessa decisão, a queda na arrecadação de estados e municípios, combinada a falta de socorro financeiro aos mesmos por parte do governo federal. Neste caso, ao capital financeiro e rentista, credores da dívida pública não interessam, mesmo diante da catástrofe social, um afrouxamento momentâneo na política fiscal.

Diante desse cenário, prefeitos e governadores aplicam a política eufemisticamente chamada de “retomada gradual e segura”. Para darem uma aparência de preocupação com a saúde pública, inventam protocolos supostamente seguros e alguns até anunciam a volta às aulas. Porém, o resultado em estados e municípios que aplicaram essa política, levou a uma explosão no número de contaminados e de mortos.

A política genocida de Bolsonaro, prefeitos e governadores refletem na situação da pandemia, a agenda de ajuste ultraliberal. Em sua essência, esta propõe aprofundar a política de devastação dos direitos sociais e de destruição do país, cujo patrimônio nacional, que é de todo o povo, torna-se alvo do saque e da pilhagem do capital financeiro nacional e internacional. Em seu conjunto, a burguesia brasileira concorda com esse programa. As rugas são em torno de quais facções se beneficiarão e na intensidade em que o ajuste será aplicado.

Aqui residem as divergências as divergências. De um lado, uma facção mais tradicional, que tem de uma auto-imagem de cultas e cosmopolitas, advoga uma política de mitigação dos efeitos do ajuste ultraliberal através da absorção, como política de Estado, das políticas compensatórias e das quotas étnico-sociais. No caso da pandemia, alinham-se às normas internacionais da OMS. Já Bolsonaro representa uma facção que advoga um ultraliberalismo extremado. É apoiado por facções burguesas marginais, no sentido literal e figurado da palavra, formada por uma malta reacionária e negacionista. No combate a pandemia, defende uma política resignada que na prática isenta o Estado de qualquer ação protetora. O próprio Bolsonaro, no final de março sentenciou, ao apresentador José Luiz Datena, que: “Infelizmente, algumas mortes terão, paciência, acontece, e vamos tocar o barco”. Essa postura explica a proposta do bolsonarismo em defender o chamado “isolamento vertical”, ou em apresentar a cloroquina, medicamento sem comprovação científica, como um “santo remédio” para curar os enfermos da covi..

A política de Bolsonaro, agora vergonhosamente, e envergonhadamente, apoiada sob distintos nomes por prefeitos e governadores, está condizente com a política de ajuste ultraliberal. Ela é mais reflexos de como o Estado burguês periférico, no Brasil, anuncia o fim de todo e qualquer tipo de pacto social que garanta, às massas trabalhadoras, a imposição de limites a exploração capitalista. A agenda ultraliberal, para garantir que a acumulação de capital prossiga, joga milhões de trabalhadores em condições de vida e de trabalho, de absoluta precariedade. É uma política do cada um por si. É mais um capítulo da guerra de classe movida pela burguesia brasileira contra o povo.

A superação desse cenário tão difícil não tem atalho. Só a organização e a luta das massas trabalhadoras podem apontar um novo caminho, o da Revolução Brasileira, em que sejamos capazes de acabar com exploração e a dominação de classe e do imperialismo que nos mata diariamente.

- Fora Bolsonaro e seu governo genocida e de traição nacional

- Abaixo todas as políticas anti-povo e anti-nacionais

- Pelo socialismo

- Todo o poder às massas trabalhadora


Brasil, 04 Agosto de 2020





SÉRGIO RICARDO – UM ARTISTA QUE CANTOU AS LUTAS DO POVO BRASILEIRO

Sérgio Ricardo, mariliense nascido João Luft, foi um dos grandes compositores da música brasileira. Expoente da Bossa Nova, Sérgio Ricardo enveredou pela música engajada, comprometida com o cotidiano e as lutas do povo brasileiro. Morador da favela do Vidigal participou dos movimentos que impediram a remoção da comunidade, localizada em uma das áreas mais cobiçadas pela especulação imobiliária. Tido como maldito pela indústria fonográfica, sua obra se destaca pelas letras marcantes e uma rica e marcada melodia. Ligado ao cinema, foi diretor, roteirista e compôs as trilhas sonoras mais conhecidas dos filmes de Glauber Rocha. Em homenagem a esse grande artista brasileiro, uma música em homenagem a Edson Luìs e aos estudantes do restaurante Calabouço.

Calabouço

Sérgio Ricardo

Olho aberto ouvido atento

E a cabeça no lugar

Cala a boca moço, cala a boca moço

Do canto da boca escorre

Metade do meu cantar

Cala a boca moço, cala a boca moço

Eis o lixo do meu canto

Que é permitido escutar

Cala a boca moço. Fala!

 

Olha o vazio nas almas

Olha um violeiro de alma vazia

 

Cerradas portas do mundo

Cala a boca moço

E decepada a canção

Cala a boca moço

Metade com sete chaves

Cala a boca moço

Nas grades do meu porão

Cala a boca moço

A outra se gangrenando

Cala a boca moço

Na chaga do meu refrão

Cala a boca moço

Cala o peito, cala o beiço

Calabouço, calabouço

 

Olha o vazio nas almas

Olha um violeiro de alma vazia

 

Mulata mula mulambo

Milícia morte e mourão

Cala a boca moço, cala a boca moço

Onde amarro a meia espera

Cercada de assombração

Cala a boca moço, cala a boca moço

Seu meio corpo apoiado

Na muleta da canção

Cala a boca moço. Fala!

Olha o vazio nas almas

Olha um violeiro de alma vazia

 

Meia dor, meia alegria

Cala a boca moço

Nem rosa nem flor, botão

Cala a boca moço

Meio pavor, meia euforia

Cala a boca moço

Meia cama, meio caixão

Cala a boca moço

Da cana caiana eu canto

Cala a boca moço

Só o bagaço da canção

Cala a boca moço

Cala o peito, cala o beiço

Calabouço, calabouço

 

Olha o vazio nas almas

Olha um violeiro de alma vazia

 

As paredes de um inseto

Me vestem como a um cabide

Cala a boca moço, cala a boca moço

E na lama de seu corpo

Vou por onde ele decide

Cala a boca moço, cala a boca moço

Metade se esverdeando

No limbo do meu revide

Cala o boca moço. Fala!

 

Olha o vazio nas almas

Olha um violeiro de alma vazia

 

Quem canta traz um motivo

Cala a boca moço

Que se explica no cantar

Cala a boca moço

https://www.youtube.com/watch?v=Lbi08Ls7c00

 


Comentários

Postagens mais visitadas