O POVO TRABALHADOR PRECISA CONQUISTAR A SEGUNDA E DEFINITIVA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

 Neste 7 de setembro, o Brasil completa 198 anos de independência formal. E nunca o país esteve submetido a um governo tão entreguista. O governo Bolsonaro é o mais antipopular e antinacional da nossa história.

O governo do ex-capitão liquida a preço vil as riquezas naturais e o patrimônio nacional. Desarticula a indústria nacional para favorecer importações de sistemas e produtos nos quais a país tem plena capacidade tecnológica para fazer. Vende a segurança energética e a segurança alimentar para favorecer a especulação financeira internacional.

Para se alinhar ao governo Trump, o Itamaraty desfaz alianças históricas, indispõe o Brasil com seus vizinhos e defende as teses mais retrógradas. Bolsonaro e seus generais abriram mão de uma política de defesa para tornar o Brasil um protetorado militar dos EUA, onde a doutrina, a estratégia e o equipamento – de segunda linha – são fornecidos pelo Pentágono.

A política cultural do regime é de destruição da identidade nacional e de destruição da autoestima do povo. Para boa parte da classe dominante, tudo que é nacional não presta e o povo brasileiro deve adotar sem críticas a cultura, os costumes e as leis dos EUA.

A política de Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes é uma política de destruição nacional. De destruir toda a capacidade do Estado de promover o desenvolvimento econômico e social.

O resultado dessa política antinacional é o desemprego e a redução da massa salarial. A destruição da indústria e da infraestrutura destrói os empregos mais qualificados. Milhões de jovens saem das universidades e institutos tecnológicos sem expectativa de colocação no mercado de trabalho. Os trabalhadores são empurrados para ocupações precárias e sub remuneradas.

O favorecimento ao agronegócio de exportação induz à redução da produção de alimentos para o mercado interno. A carestia dos alimentos retorna, com os preços dos gêneros da cesta básica nas alturas.

O governo, em sua política de favorecimento ao capital estrangeiro, notadamente o de origem estadunidense, relega o povo brasileiro ao desemprego, aos altos preços dos alimentos e da energia e a falta de perspectiva de melhoria das condições de vida.

Urge para o povo brasileiro tomar o destino do país em suas mãos. Conquistar uma Segunda e Definitiva Independência. Os atuais governantes devem ser substituídos e julgados pelos crimes que cometem contra o povo e a soberania nacional.

A bandeira da soberania nacional é dos trabalhadores e do povo. Mobilizar todos os brasileiros conscientes da necessidade do país se desenvolver para derrotar essa política antinacional nefasta.

* Fora Bolsonaro e seu governo genocida e de traição nacional

* Abaixo todas as políticas anti-povo e anti-nacionais

* Pelo socialismo

*Todo o poder às massas trabalhadora


Brasil, 08 de Setembro de 2020



A PÁTRIA EM VINÍCIUS DE MORAES

No 7 de setembro, em que o sentido de Pátria se faz tão necessário, um singelo poema de Vinícius de Moras. O poema Pátria Minha, escrito quando o poeta amargava o exílio, trata a pátria como algo familiar, acolhedor, sem as falsas patriotadas grandiloquentes em que se escondem os traidores da pátria. E fala de uma pátria insubstituível, que desperta saudade dos brasileiros distantes. Vinícius sonha com uma pátria acolhedora, que seja justa com os seus filhos.


Pátria minha

A minha pátria é como se não fosse, é íntima 
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo 
É minha pátria. Por isso, no exílio 
Assistindo dormir meu filho 
Choro de saudades de minha pátria. 

Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi: 
Não sei. De fato, não sei 
Como, por que e quando a minha pátria 
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água 
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa 
Em longas lágrimas amargas. 

Vontade de beijar os olhos de minha pátria 
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos... 
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias 
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos 
E sem meias, pátria minha 
Tão pobrinha! 

Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho 
Pátria, eu semente que nasci do vento 
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço 
Em contato com a dor do tempo, eu elemento 
De ligação entre a ação e o pensamento 
Eu fio invisível no espaço de todo adeus 
Eu, o sem Deus! 

Tenho-te no entanto em mim como um gemido 
De flor; tenho-te como um amor morrido 
A quem se jurou; tenho-te como uma fé 
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito 
Nesta sala estrangeira com lareira 
E sem pé-direito. 

Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra 
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra 
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu 
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz 
À espera de ver surgir a Cruz do Sul 
Que eu sabia, mas amanheceu... 

Fonte de mel, bicho triste, pátria minha 
Amada, idolatrada, salve, salve! 
Que mais doce esperança acorrentada 
O não poder dizer-te: aguarda... 
Não tardo! 

Quero rever-te, pátria minha, e para 
Rever-te me esqueci de tudo 
Fui cego, estropiado, surdo, mudo 
Vi minha humilde morte cara a cara 
Rasguei poemas, mulheres, horizontes 
Fiquei simples, sem fontes. 

Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta 
Lábaro não; a minha pátria é desolação 
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta 
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular 
Que bebe nuvem, come terra 
E urina mar. 

Mais do que a mais garrida a minha pátria tem 
Uma quentura, um querer bem, um bem 
Um libertas quae sera tamen 
Que um dia traduzi num exame escrito: 
"Liberta que serás também" 
E repito! 

Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa 
Que brinca em teus cabelos e te alisa  Pátria minha, e perfuma o teu chão... 
Que vontade me vem de adormecer-me 
Entre teus doces montes, pátria minha 
Atento à fome em tuas entranhas 
E ao batuque em teu coração. 

Não te direi o nome, pátria minha 
Teu nome é pátria amada, é patriazinha 
Não rima com mãe gentil 
Vives em mim como uma filha, que és 
Uma ilha de ternura: a Ilha 
Brasil, talvez. 

Agora chamarei a amiga cotovia 
E pedirei que peça ao rouxinol do dia 
Que peça ao sabiá 
Para levar-te presto este avigrama: 
"Pátria minha, saudades de quem te ama… 
Vinicius de Moraes."


 




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