Resolução da Reunião Ampliada da Arma da Crítica
A pandemia fez aprofundar uma crise econômica que já vem desde 2015. Pesquisa da FGV aponta retração econômica no primeiro trimestre, antes dos efeitos do Covid-19. O desemprego é tão grande que as estatísticas não dão conta para analisar sua amplitude, de mais de 50% da população adulta fora do mercado de trabalho. A concentração de renda, a deterioração das condições de vida e a fome são fruto da reforma trabalhista destruidora de direitos e da política de ajuste ultraliberal. O desmonte dos mecanismos de proteção social lança grande parte do nosso povo na miséria mais absoluta.
A política econômica de Bolsonaro/Guedes abre espaço
para o saque e a espoliação das riquezas nacionais para grupos privados
nacionais e internacionais. As classes dominantes brasileiras fingem ignorar o
quadro de devastação, tentando se apropriar do máximo de espólios possíveis. Em
uma política de ataques e recuos, Congresso, mídia empresarial e Judiciário
tentam impor limites ao ocupante do Planalto, mas sem mexer no núcleo da política
econômica, dirigido pelo ministro Paulo Guedes. Tarefa que morrerá em suas
contradições, pois Bolsonaro está a serviço do programa de Paulo Guedes.
Bolsonaro tenta se escudar nos militares, em policiais
e em milicianos. Este é o seu círculo mais estreito. O STF conseguiu desbaratar
parte do aparato de agitação política, conhecido como Gabinete do Ódio. Em
paralelo, o ocupante do Palácio do Planalto se articula com o Centrão, para
disputar as presidência da Câmara e do Senado e esvaziar riscos de impeachment.
E fortalece os militares e fundamentalistas religiosos, como mostram as últimas
nomeações ministeriais. A pandemia, e a deliberada sabotagem por parte do
governo às medidas de controle sanitário, trazem mais sofrimentos para o nosso
povo. Os governos estaduais e prefeituras, por pressão empresarial e
necessidade de arrecadação, estão cedendo a uma reabertura das atividades que
fará aumentar a cadeia de contágio. A insegurança em relação à doença se soma à
perda dos meios de vida, de emprego e de renda. O medo do futuro e a morte são,
hoje, o cotidiano de grande parte das famílias brasileiras.
Afora o auxílio emergencial, nenhuma medida eficaz de
apoio à atividade econômica foi implementada. A combinação de aumento da
pobreza com imobilismo governamental prepara um quadro de caos social com
consequências de extensão indeterminada. Um em cada cem brasileiros contraiu
Covid-19, sem levar em conta subnotificação. Mais de 70.000 brasileiros
oficialmente mortos pela doença. Além do desastre em áreas como educação e
serviços de assistência social. O Brasil não vive em um ambiente dito normal na
política e na economia. O torpor que parece acometer grande parte da classe
trabalhadora é momentâneo. A aprovação declinante de Bolsonaro é passageira.
É necessária a imediata substituição desse governo,
acompanhada de medidas de interesse popular como a reversão das privatizações e
a alienações das riquezas nacionais, a revogação da Lei do Teto nos gastos, bem
como da reforma trabalhista, de toda a legislação anti-social. Cabe às forças de esquerda, e
aos comunistas em particular, organizar as lutas dos trabalhadores e do povo,
com vistas a derrotar, de maneira definitiva, o fascismo e a política
neoliberal. Esse objetivo só será alcançado com grande mobilização popular.
Essa é a resposta que o momento político impõe. Por isso, mais do que nunca, é
preciso manter bem alta nossas bandeiras:
- Fora
Bolsonaro e seu governo genocida e de traição nacional
- Abaixo
todas as políticas anti-povo e anti-nacionais
- Pelo
socialismo
- Todo o
poder às massas trabalhadora
Brasil, 14 Julho de 2020
Mercedes Sosa – A Voz e a Alma da América Latina
Em 9 de julho, Mercedes Sosa
teria completado 85 anos. Argentina, Mercedes deu voz a toda a América Latina.
Cantou compositores chilenos, como Violeta Parra e Victor Jara, brasileiros
como Chico Buarque e Milton Nascimento foi fundamental na difusão da Nova Trova
Cubana, de Pablo Milanéz e Silvio Rodrigues. Navegou por estilos tão diversos,
como a milonga, a música andina e o rock argentino de Leon Gieco e Fito Paez.
Foi presa e exilada pela ditadura militar argentina.
Mercedes cantou a luta do povo
argentino e latino-americano. Deu voz aos mineiros, estudantes, camponeses,
operários, indígenas, toda a riqueza cultural da América Latina.
Em homenagem à Mercedes, o vídeo
de um trecho do primeiro show da cantora na Argentina depois do exílio, onde
interpreta Solo le Pido a Diós, dividindo o palco com o autor, Leon Gieco, e a
letra desse belíssima canção.
SOLO LE PIDO A DIOS
(Leon Gieco)
Solo le pido a Dios
Que el dolor no me sea indiferente
Que la reseca muerte no me encuentre
Vacía y sola sin haber hecho lo suficiente
Solo le pido a Dios
Que lo injusto no me sea indiferente
Que no me abofeteen la otra mejilla
Después que una garra me arañe esta suerte
Solo le pido a Dios
Que la guerra no me sea indiferente
Es un monstruo grande y pisa fuerte
Toda la pobre inocencia de la gente
Es un monstruo grande y pisa fuerte
Toda la pobre inocencia de la gente
Solo le pido a Dios
Que el engaño no me sea indiferente
Si un traidor puede más que unos cuantos
Que esos cuantos no lo olviden fácilmente
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