DERROTAR O PROGRAMA ULTRALIBERAL DE BOLSONARO/PAULO GUEDES QUE AFUNDA A ECONOMIA E APROFUNDA A EXPLORAÇÃO DO POVO

 O IBGE divulgou dados recentes sobre o comportamento da economia brasileira no segundo trimestre deste ano. O PIB caiu 9,7% em comparação com o primeiro trimestre. O consumo das famílias, índice que calcula a taxa de consuma da classe trabalhadora, caiu 12,5%. Quando comparado ao segundo trimestre de 2019, a queda foi de 13,5%. Só três setores econômicos cresceram. Agronegócio, com 0,4%, atividades financeiro-especulativas, com 3,6%, e atividades imobiliárias, com 1,4%. A atividade industrial caiu 20% e o comércio 14,1%.

Isso comprova o que apontamos em nossas notas semanais. O ultra liberalismo aprofunda o caráter dependente do capitalismo brasileiro e nos coloca em uma condição semicolonial, interditando ao país o exercício pleno de sua soberania. Para isso, aumenta a super exploração das massas trabalhadoras, reduzindo-as à condição de escravas assalariadas. E o eixo da acumulação do capital gira em torno das atividades financeiro-especulativas e do agronegócio voltado ao mercado externo. Em suma, é preciso aprofundar a super exploração do povo e super privilegiar os interesses das frações mais internacionalizadas da burguesia brasileira.

Esse paradoxo está em dois dados. A Oxfam revelou que desde o começo da pandemia, 42 bilionários brasileiros viram sua fortuna aumentar em 34 bilhões de dólares, crescimento de 27%. Já milhões de trabalhadores e trabalhadoras encaram o desemprego, estão fora do mercado de trabalho, ou se submetem a condições de emprego muito precárias. Enquanto os ricos ficam mais ricos, a renda média do trabalhador, no segundo trimestre, caiu 20,1%, de R$ 1.118 para R$ 893. E mesmo em um cenário de queda no consumo, as famílias proletárias agora encaram aumento de preços de produtos da cesta básica, caso do arroz. Sem soberania alimentar, com queda no consumo das famílias e com dólar alto, os produtores preferem exportar. Isso é um exemplo do que representa a política ultraliberal.

Mas a burguesia brasileira quer aprofundar ainda mais a espoliação do povo. Estão em pauta, agora, a reforma administrativa e a reforma tributária. A primeira, em nome de combater privilégios, quer na verdade garantir os privilégios da alta cúpula da burocracia de Estado. Para isso ela ataca, com ameaça de demissão, os servidores das áreas ligadas aos serviços públicos de interesse da população. A segunda, também em nome de combater distorções, quer manter uma estrutura tributária regressiva, que continuará a fazer o povo trabalhador pagar mais imposto do que os ricos.

As massas trabalhadoras enfrentam, no Brasil, um contexto dificílimo. Num cenário de profunda retração econômica, Bolsonaro/Paulo Guedes executam uma política que atende exclusivamente os interesses do conjunto da burguesia e não fazem os ricos pagar a conta da crise. A redução no valor do auxílio emergencial, com seu fim em 2021, vai aprofundar o grau de miséria. Por isso, nos limites impostos pela pandemia, não resta às massas trabalhadoras alternativas a não ser o de se organizar para lutar. Colocarmo-nos em movimento para derrotar o programa ultraliberal. Adotar medidas imediatas para ativar a economia, gerar emprego e revogar todas as medidas anti-povo e anti-nacionais. E criar as condições políticas para superar nossa condição dependente e construir uma sociedade socialista.

* Fora Bolsonaro e seu governo genocida e de traição nacional

* Abaixo todas as políticas antipovo e antinacionais

* Pelo socialismo

* Todo o poder às massas trabalhadora


Brasil, 15 de Setembro de 2020


SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDERSEN

Sophia de Mello Breyner Andresen é uma poetisa portuguesa, primeira mulher a ganhar o prestigioso prêmio Camões de literatura em língua portuguesa. Dona de uma lírica particular, Sophia teve uma faceta poética comprometida com a luta política. Participante ativa dos acontecimentos da Revolução dos Cravos, em abril de 1974, foi deputada na Assembleia Constituinte em 1975, pelo Partido Socialista. No primeiro poema, de 1976, Sophia admite os erros da esquerda, que nada são comparados com os crimes constantes da direita. O segundo poema homenageia uma trabalhadora rural, assassinada pela polícia em uma discussão por aumento de salários. Segue o link de um vídeo sobre o poema, realizado pelo grupo português de cinema Script.




NESTES ÚLTIMOS TEMPOS

Nestes últimos tempos é certo a esquerda fez erros
Caiu em desmandos confusões praticou injustiças
Mas que diremos da longa tenebrosa e perita
Degradação das coisas que a direita pratica?

Que diremos do lixo do seu luxo — de seu
Viscoso gozo da nata da vida — que diremos
De sua feroz ganância e fria possessão?
Que diremos de sua sábia e tácita injustiça
Que diremos de seus conluios e negócios
E do utilitário uso dos seus ócios?
Que diremos de suas máscaras álibis e pretextos
De suas fintas labirintos e contextos?

Nestes últimos tempos é certo a esquerda muita vez
Desfigurou as linhas do seu rosto

Mas que diremos da meticulosa expedita
Degradação da vida que a direita pratica?


CATARINA EUFÉMIA

O primeiro tema da reflexão grega é a justiça
E eu penso nesse instante em que ficaste exposta
Estavas grávida porém não recuaste
Porque a tua lição é esta: fazer frente

Pois não deste homem por ti
E não ficaste em casa a cozinhar intrigas
Segundo o antiquíssimo método oblíquo das mulheres
Nem usaste de manobra ou de calúnia
E não serviste apenas para chorar os mortos
Tinha chegado o tempo
Em que era preciso que alguém não recuasse
E a terra bebeu um sangue duas vezes puro

Porque eras a mulher e não somente a fêmea
Eras a inocência frontal que não recua
Antígona pisou a sua mão sobre o teu ombro no instante em que morreste
E a busca da justiça continua

https://www.youtube.com/watch?time_continue=14&v=R4hXvg-mfvY&feature=emb_logo


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