UM PAÍS À DERIVA: SÓ O POVO TRABALHADOR PODE SALVAR O BRASIL

 O IBGE publicou dados de uma pesquisa feita entre 2017-2018, que revela, em comparação com dados de 2004, alta substancial de famílias em situação de Insegurança Alimentar. Esse conceito é utilizado para medir a preocupação, restrição ou completa ausência de alimentos. A pesquisa revela que dos 68,9 milhões de domicílios brasileiros, 36,7%, equivalente a 25,3 milhões, apresentavam algum nível de insegurança alimentar. Em termos populacionais, 84,9 milhões de brasileiras e brasileiros, ou 41% da população, vive em situação de Insegurança Alimentar em uma de suas três variedades: leve, moderada e grave. Em 2004, o percentual de famílias em situação de insegurança alimentar era de 34,9%. Em 2013 chegou a cair para 22,6%.

Como a pesquisa foi feita entre 2017 e 2018, seu resultado revela bem o que tem significado para as massas trabalhadoras, as reformas regressivas de cunho ultraliberal que desde 2014 foram aprovadas no Congresso. Em seu conjunto essas reformas representam desindustrialização, a destruição da CLT, a impossibilidade de se aposentar, o agravamento da super exploração, o teto nos gastos públicos, a permanência do tripé macroeconômico que privilegia os interesses do parasitismo financeiro, a destruição de qualquer traço de soberania nacional, a falta de soberania alimentar, a falta da reforma agrária, a falta de uma reforma urbana, a dependência e a subordinação ao imperialismo, nossa transformação quase em uma semicolônia do capital financeiro.

Todas essas reformas são apoiadas pelo conjunto da burguesia brasileira, principalmente sua fração hegemônica, que é aquela mais financeirizada e internacionalizada. Seu objetivo é o de preservar seus interesses, num contexto de crise das economias capitalistas. E para isso, ela sacrifica o povo, que carrega nas costas o peso desse ajuste na forma de altas taxas de desemprego, da precarização absoluta dos empregos, do aumento da super exploração e da fome. Desse modo, hoje, num cenário marcado pelo aprofundamento da crise econômica e agravada com os reflexos da pandemia, podemos ter a certeza de que a taxa de Insegurança Alimentar, principalmente em sua variedade moderada e grave, atinge níveis muito maiores.

A sensação diária vivida pelas massas trabalhadoras é a de estarmos com o país à deriva. A insegurança quanto ao futuro mesmo imediato é generalizada. Essa situação não deriva da incompetência do governo, mas faz parte do projeto da burguesia brasileira para o país. Esta, associada às potências imperialistas, quer nos transformar em um Estado nacional quase falido, desarticulado, fragilizado, sem unidade política, sem soberania, capacho dos interesses estrangeiros, especialmente dos Estados Unidos.

O governo Bolsonaro/Paulo Guedes é a expressão mais pura e acabada desse projeto de destruição nacional. Seu discurso ultraliberal, em nome do fim dos privilégios, é apenas uma justificativa teórica para retirar do Estado qualquer papel interventor e regulador das relações econômicas, o que facilitar à burguesia nacional e estrangeira o saque e a pilhagem da riqueza nacional, bem como a super exploração do nosso povo. É preciso que as massas trabalhadoras, dentro dos limites impostos pela pandemia, mobilizem-se em defesa de um projeto nacional de seu interesse que revogue todas as medidas antinacionais e antipovo, para salvar o país da catástrofe social.

* Fora Bolsonaro e seu governo genocida e de traição nacional

* Abaixo todas as políticas antipovo e antinacionais

* Pelo socialismo

* Todo o poder às massas trabalhadora


Brasil, 22 de Setembro de 2020



O CREDO DE MILTON NASCIMENTO: CONFIAR SEMPRE NO POVO

Em tempos em que parte da esquerda perde confiança no povo, apresentamos a canção Credo, de Milton Nascimento e Fernando Brant. Parte de um dos discos mais emblemáticos de Milton e seus colaboradores, o álbum Clube da Esquina 2, Credo traz a esperança de retomada das lutas populares, após um momento de refluxo com a derrota da luta armada contra a ditadura. A partir do ano em que foi gravada Credo, em 1978, o país viu um ascenso das lutas sociais que culminou na campanha das Diretas Já, que levou milhões às ruas, levando à saída dos militares do governo.



Credo

(Milton Nascimento e Fernando Brant)

 

Caminhando pela noite de nossa cidade

Acendendo a esperança e apagando a escuridão

Vamos, caminhando pelas ruas de nossa cidade

Viver derramando a juventude pelos corações

Tenha fé no nosso povo que ele resiste

Tenha fé no nosso povo que ele insiste

E acordar novo, forte, alegre, cheio de paixão

 

Vamos, caminhando de mãos dadas com a alma nova

Viver semeando a liberdade em cada coração

Tenha fé no nosso povo que ele acorda

Tenha fé no nosso povo que ele assusta

 

Caminhando e vivendo com a alma aberta

Aquecidos pelo sol que vem depois do temporal

Vamos, companheiros pelas ruas de nossa cidade

Cantar semeando um sonho que vai ter de ser real

Caminhemos pela noite com a esperança

Caminhemos pela noite com a juventude

 

 

https://www.youtube.com/watch?v=9p8Dya6R67c

 


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