NA LUTA, POVO CHILENO ABRE AS ALAMEDAS PARA A DERROTA DO ULTRALIBERALISMO
O povo chileno deu um grande passo para enterrar de vez o legado pinochetista. Fruto de fortes mobilizações desde o ano passado, a vitória popular no plebiscito de domingo foi inequívoca. Num país onde o voto não é obrigatório, a participação no plebiscito foi recorde. Além de quase 80% rejeitarem a constituição imposta em 1980 por Pinochet, o povo chileno optou por uma Constituinte exclusiva, sem participação dos atuais parlamentares, em grande parte comprometidos com as políticas neoliberais. Além de instituir uma inédita paridade de gênero entre os eleitos para a convenção constituinte.
A vitória do povo chileno, somada aos resultados da eleição
boliviana, demonstra que os povos latino-americanos rejeitam os ditames do
capital financeiro e o ultraliberalismo. Desde a saída de Pinochet, os governos
da Democracia Cristã e do Partido Socialista pouco fizeram para mudar as bases
do regime. A despeito de um histórico de protestos e manifestações, não foi
feita a reforma do ensino, o regime previdenciário de capitalização jogou a
população idosa na miséria e o sistema eleitoral permaneceu restritivo ao
extremo. As Forças Armadas garantiram, em todo período pós-Pinochet, sua
prevalência, recebendo em seus orçamentos parte das receitas de exportação do
cobre.
Essas são algumas das tarefas que o povo chileno deverá
enfrentar no processo constituinte: restaurar a educação, a saúde e a
previdência públicas; democratizar o sistema eleitoral; e reduzir o
protagonismo das Forças Armadas na vida nacional. Será necessário abolir todo o
entulho neoliberal que o fascismo impôs na constituição pinochetiana. A
exigência de dois terços para a aprovação dos novos dispositivos
constitucionais se coloca como um grande desafio, portanto há a necessidade de
se eleger uma bancada em linha com o resultado plebiscitário.
A experiência chilena nos ensina que o ajuste preconizado
pela alta finança só é possível se realizar com repressão e cerceamento das
liberdades democráticas. O fascismo, na atualidade, anda de mãos dadas com o
neoliberalismo. Não por acaso, o atual mandatário brasileiro tece loas ao
ditador sanguinário chileno e Paulo Guedes, seu ministro da economia, é egresso
do experimento da Escola de Chicago levado a termo no período ditatorial.
A vitória do povo chileno é uma derrota de Bolsonaro/Guedes e
da burguesia brasileira. As grandes manifestações forçaram as mudanças
iniciadas no Chile. Essa é a lição para o Brasil e para a América Latina. A
espoliação e a miséria crescente só serão detidas com a mobilização dos
trabalhadores e do povo.
A primavera chilena traz bons ventos. O fascismo e o
neoliberalismo serão derrotados no Brasil e na Nossa América. O povo brasileiro
saberá retomar o seu destino. E mandará para a lata de lixo da história os
serviçais do imperialismo.
* Viva o
povo chileno!
* Fora
Bolsonaro e seu governo genocida e de traição nacional
* Pela
segunda e definitiva independência de todos os povos da América Latina e do
Caribe!
* Pela
unidade latino-americana!
* Pelo socialismo
*Todo o
poder às massas trabalhadora
O PODER POPULAR NA NOVA CANÇÃO CHILENA
A esquerda
chilena produziu uma trilha sonora da luta popular. O movimento Nova Canção
Chilena teve como expoentes o compositor e cantor Victor Jara, os grupos vocais
Inti-Illimani e Quilapayun, dentre outros. Sua inspiração vem da música
tradicional do Chile, valorizando as raízes dos povos originários, evocando as
minas, os campos, os trabalhadores chilenos. Aqui, o hino oficial da Unidade
Popular, ao qual se juntaram clássicos com Venceremos e El Pueblo Unido Jamás
Será Vencido, interpretado por Inti-Illimani.
Canción
Del Poder Popular
Inti-Illimani
Si nuestra tierra nos pide
tenemos que ser nosotros
los que levantemos Chile,
así es que a
poner el hombro
Vamos a llevar las riendas
de todos nuestros asuntos
y
que de una vez entiendan
hombre
y mujer todos juntos.
Porque
esta vez no se trata
de cambiar un presidente,
será
el pueblo quien construya
un Chile bien diferente.
Todos vénganse a juntar,
tenemos la puerta abierta,
y la Unidad Popular
es para todo el que quiera.
Echaremos fuera al yanqui
y su lenguaje siniestro.
Con la Unidad Popular
ahora somos gobierno.
La patria se verá grande
con su tierra liberada,
por que tenemos la llave
ahora la cosa marcha.
Ya nadie puede quitarnos
el derecho de ser libres
y como seres humanos
podremos vivir en Chile.
https://www.youtube.com/watch?v=jkYoHxzaKs4
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