PROGRAMA ULTRALIBERAL SUPERPRIVILEGIA OS INTERESSES DOS RICOS. PARA DERROTÁ-LO TEMOS DE NOS ORGANIZAR E IR À LUTA!

 O programa ultraliberal tem um objetivo: manter os superprivilégios da classe dominante. Esse superprivilégio é o de explorar o povo e o país sem qualquer limite. O mercado de trabalho é completamente desregulamentado. O patrimônio estatal, que deveria estar a serviço do povo, é literalmente objeto de assalto e pilhagem. O crescimento dos gastos públicos primários está congelado por 20 anos. A reforma administrativa quer destruir o serviço público, principalmente os setores de interesse do povo, como educação e saúde, sem mexer nos privilégios da alta burocracia de Estado. Impõe-se uma especialização regressiva da economia brasileira, com o eixo da acumulação girando em torno do agronegócio, da financeirização e da especulação imobiliária. E no cenário internacional, aprofunda-se o papel subordinado e até semi-colonial do Brasil.

Importante lembrar que todas as facções burguesas tem acordo com esse programa. A disputa entre elas é sobre a intensidade da sua aplicação e qual será a facção mais beneficiada. Do mesmo modo, as instituições de Estado e seus aparelhos, bem como os atores principais desse trágico enredo, atuam em consonância para a aplicação dessa agenda de reformas regressivas, cujo intuito é o de, repetimos, manter os superprivilégios da classe dominante.

Uma das consequências mais funestas dessa regressiva agenda ultraliberal é o alastramento da fome pelo Brasil. Em nossa nota 34, de 22/09/2020, mostrávamos que pesquisa do IBGE detectava substancial crescimento de famílias em situação de insegurança alimentar em uma de suas três variedades: leve, moderada e grave. Entre 2013 e 2018, o total de famílias nessa situação saltou de 22,6% para 36,7%. Os dados foram corroborados na semana passada por Daniel Balaban, representante do Programa Mundial de Alimentos da ONU no Brasil. Ele afirma que “a luz amarela para a fome no Brasil foi acesa”. E sua causa básica para isso estaria na “regressão das políticas sociais”. Para os critérios da ONU, um país volta ao Mapa da Fome quando mais de 5% de sua população enfrenta insegurança alimentar grave.

A nosso ver, essa conclusão precisa ser inserida numa perspectiva mais ampla. A fome se alastra no Brasil, assim como a desigualdade e a concentração da renda, pelo caráter altamente regressivo do programa ultraliberal. Ele produz uma regressão generalizada nas condições de vida do povo, para manter intactos os superprivilégios dos ricos. É a esse projeto que servem o governo Bolsonaro, Paulo Guedes, Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre, o STF, as Forças Armadas, o Centrão etc.

O Brasil atravessa um cenário em que se torna claramente incompatível a coexistência, no mesmo território, da massa trabalhadora com a classe dominante. Aproximamo-nos de um momento histórico decisivo, em que só nos restam duas alternativas: ou derrubamos esse sistema apodrecido que serve só para superprivilegiar os interesses dos ricos ou viveremos eternamente no inferno da precariedade, do desemprego, do desamparo, da fome, da violência, da miséria e da falta de esperança. Para não sucumbirmos ao segundo cenário temos as massas trabalhadoras do campo e da cidade, de nos organizarmos para lutar e redimir nosso povo de 520 anos de superexploração e miséria.

* Fora Bolsonaro e seu governo genocida e de traição nacional

* Abaixo todas as políticas antipovo e antinacionais

*  Pelo socialismo

*Todo o poder às massas trabalhadora


Brasil, 13 de Outubro de 2020



O LIRISMO POPULAR DE CARTOLA

No dia 11 de outubro, comemorou-se 112 anos do nascimento de Angenor de Oliveira, o Cartola. Cartola foi pintor de paredes, pedreiro, guardou carros, viveu nas favelas do Rio de Janeiro. Fundador da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, músico autodidata e poeta de raro lirismo, Cartola só gravou seu primeiro disco na década de 70. Sua obra, que fala de amores, dores, da boemia, de viver e sofrer um duro cotidiano. Aqui um samba de Cartola, uma verdadeira aula de Economia Política.

O Samba do Operário

Cartola

 

 

Se o operário soubesse

Reconhecer o valor que tem seu dia

Por certo que valeria

Duas vezes mais o seu salário

 

Mas como não quer reconhecer

É ele escravo sem ser

De qualquer usurário

 

Abafa-se a voz do oprimido

Com a dor e o gemido

Não se pode desabafar

 

Trabalho feito por minha mão

Só encontrei exploração

Em todo lugar

 

 

https://www.youtube.com/watch?v=p2ex7kVNQSg

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