FORA O CAPITÃO E O CAPITAL! POR VACINA, COMIDA E EMPREGO


Está bem evidente que Bolsonaro e Pazzuelo já sabiam que Manaus assistiria a um agravamento da crise sanitária. Mas em seu périplo pelo estado do Amazonas, a opção de Pazzuelo, como especialista em logística que diz ser, não foi levantar as necessidades e carências materiais que a saúde do estado enfrenta para traçar um plano de atendimento emergencial. Pazzuelo, a mando de Bolsonaro, fez da viagem ao Amazonas uma campanha para vender um inexistente tratamento precoce para a Covid. O resultado funesto é bem conhecido: pessoas morreram sufocadas por falta de oxigênio, um insumo básico em qualquer hospital.

Há quem prefira tratar o caos na saúde do Amazonas como incompetência ou inépcia do governo Bolsonaro. Nós, da Arma da Crítica, temos insistido que esse descalabro é a pura expressão do projeto ultraliberal em seu estado mais bruto e violento. Para o ultraliberalismo, o Estado não pode manter qualquer nível de  compromisso com o bem-estar, a saúde e a segurança do povo. Cada um se salva como pode no mercado para prover os meios básicos necessários à vida. É isso o que também explica a negligência do governo na compra de vacinas e na construção de uma política de imunização.

O ultraliberalismo parte do princípio de uma suposta superioridade do mercado acompanhada de uma suposta  ineficácia do Estado. Tudo isso tem um propósito: manter os superprivilégios da burguesia pelo aumento da superexploração do povo. Para isso é que são feitas as reformas previdenciária e trabalhista, bem como se facilita verdadeiro assalto ao patrimônio público através das suas privatizações. O único compromisso do Estado é com a acumulação do capital. Bolsonaro é, portanto, sem mediações morais ou considerações humanitárias, a encarnação política desse projeto, apoiada numa malta de negacionistas, proto-fascistas, terraplanistas, monarquistas e fundamentalistas de todas as espécies.

Diante do agravamento da crise sanitária, combinada a negligência do governo em enfrentá-la, facções burguesas estão presas nas malhas de uma dura contradição. O capitão Bolsonaro é o homem do capital. Mas seu ultraliberalismo em estado bruto, que privilegia o funcionamento normal da economia e por isso propõe tratamento precoce que não existe, ao não negociar os termos de sua política, agrava a crise sanitária e dificulta a retomada do crescimento econômico. Ao mesmo tempo, facções da burguesia consideram como falta de empenho de Bolsonaro/Paulo Guedes em encaminhar duas reformas regressivas fundamentais para manter viva a dinâmica rentista da economia brasileira: as contra-reformas administrativa e fiscal. Por fim, seu alinhamento com a ala trumpista do Partido Republicano, derrotada na eleição e desmoralizada com a tentativa mambembe de um golpe de Estado com a invasão do Capitólio, aumenta as contradições no interior do campo burguês.

Nesse contexto, facções burguesas  defendem o impeachment de Bolsonaro como saída para os impasses e contradições geradas por seu governo. Mas tal solução ainda não goza de amplo consenso no conjunto da burguesia. Temem que a abertura de um processo de impeachment crie um cenário político que, além de adiar as reformas, ainda por cima abra um processo de mobilização popular sobre o qual ela não teria controle. Isso torna a burguesia brasileira cúmplice do genocídio vivido pelo nosso povo.  Interessa-lhe, sobretudo, aprofundar o ajuste ultraliberal, mesmo que isso custe a morte por asfixia por falta de oxigênio. Ela quer manter o parasitismo financeiro como eixo da acumulação do capital, o que também nos mata por outro tipo de asfixia pelo desemprego, a precarização e a fome, que como um fantasma volta a rondar os lares dos trabalhadores brasileiro.

O capital e o capitão são indissociáveis. No momento em que cresce o clamor popular pelo Fora Bolsonaro, esse discernimento é fundamental. Por ser uma pauta transversal, apoiada por diferentes classes sociais, o campo burguês quer  tirar Bolsonaro, mas preservar a agenda ultraliberal. Já para as massas trabalhadoras, que começam a se mobilizar sob a direção da social-democracia, o Fora Bolsonaro precisa avançar para a derrota do ultraliberalismo e do rentismo. Por isso é fundamental botar para  fora o capitão e o capital. As massas trabalhadoras precisam assumir o comando político do país para, num plano imediato, adotar o seguinte programa emergencial: vacina, comida e emprego. Primeiro passo para superarmos a catástrofe na qual o capital e o capitão jogaram o país e construir um projeto nacional-popular orientado para a construção do socialismo.


·           Fora Bolsonaro e seu governo genocida de traição nacional 

 

      ·          Chega do capitão e do capital

 

      ·          Por vacina, comida e emprego

 

      ·         Pelo socialismo

 

      ·         Todo o poder às massas trabalhadoras

 


Brasil, 26 de Janeiro de 2021

 

 

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