A VIRADA COMEÇOU!

 O povo brasileiro voltou às ruas. Com cuidados sanitários, meio milhão de pessoas ganharam as ruas no dia 29 de maio em mais de 200 cidades por todo o Brasil. O 29 de maio foi um ensaio das possibilidades de mobilização contra o governo genocida e suas políticas neoliberais. A jornada de 29 de maio ocorreu porque o atual governo é mais perigoso que o vírus. Apostou na pandemia, promovendo uma guerra biológica contra o povo. O atual mandatário sabotou as medidas de isolamento social, perseguindo governadores e prefeitos que as adotaram. Atrasou a aquisição de vacinas o quanto pode. Negou verbas para o desenvolvimento de vacinas nacionais e de insumos de proteção. Recomendou remédios sem efeitos contra o Covid, com grandes riscos de efeitos colaterais. Por tudo isso, fez-se necessário retomar as ruas, em manifestações que superaram em número e entusiasmo os desfiles de estética neofascista em apoio ao atual mandatário. As mobilização não se limitam ao Fora Bolsonaro, mas também colocam a pauta das privatizações, da destruição dos direitos sociais e do trabalho, do predomínio do financismo e da rapina das riquezas nacionais. Logo, a crescente mobilização atropela, como atropelou em sua preparação, quaisquer cálculos eleitorais que possam existir. De início, houve uma campanha na imprensa, tanto tradicional, como ligada a alguns setores do campo progressista, equiparando às manifestações aos desfiles bolsonaristas como propagadoras do vírus. Na sequência, com o sucesso da mobilização, a imprensa tradicional respondeu com silêncio. No presente momento, há uma disputa de narrativas, lançada pela cobertura do Jornal Nacional na edição de segunda-feira. Há uma constatação generalizada de que as mobilizações vieram para ficar. Abre-se uma disputa quanto ao seu caráter e amplitude. Para a direita tradicional, a grande finança e a grande mídia a seu serviço, é preciso que haja uma espécie de bolsonarismo sem Bolsonaro, ou melhor, de um pauloguedismo sem Bolsonaro. O desafio dessa direita que se pretende limpinha é como manter a política neoliberal após a saída do capitão. E para o cálculo eleitoral, como chegar a 2022 sem sobressaltos. Em nosso país, o neoliberalismo é inseparável do fascismo. A derrubada de Bolsonaro pode significar a reversão das políticas implementadas desde 2015, sob a hegemonia da esfera financeira do capital. Esse é o temor dos setores que ganharam muito nos últimos anos. As manifestações trazem o povo para o centro da conjuntura. É necessário que as mobilizações tenham continuidade e se ampliem. A tarefa da classe trabalhadora é imprimir um caráter antineoliberal e de recuperação e ampliação dos direitos sociais e do trabalho. Não podemos ser reduzidos a administradores dos escombros da terra arrasada legada pelas classes dominantes brasileiras. 

 • POR VACINA, COMIDA E EMPREGO!

 • FORA BOLSONARO E SEU GOVERNO GENOCIDA DE TRAIÇÃO NACIONAL! 

 • ABAIXO O ULTRALIBERALISMO!

 • PELO SOCIALISMO! 

 • TODO O PODER ÀS MASSAS TRABALHADORAS!


01 de junho de 2021 



SEÇÃO CULTURAL 


 UMA HOMENAGEM PÓSTUMA A NELSON SARGENTO 

 Nelson Sargento foi um poeta da Mangueira. A Mangueira de tantos poetas, de Cartola, de Carlos Cachaça, de Nelson Cavaquinho, de Hélio Turco, de Hermínio Bello de Carvalho. Mangueira, onde quando morre um poeta todos choram. Poeta, compositor e pintor, Nelson só foi o gravar o seu primeiro disco solo aos 55 anos, o imortal Sonho de um Sambista. Nos anos 90, gravou as Inéditas de Nelson Sargento graças a um metalúrgico japonês, admirador do samba e da música brasileira, que investiu suas economias no registro em disco da obra do grande sambista. E Nelson, em toda a sua vida foi um homem de esquerda, com lado, sendo um ativista da preservação e difusão da cultura brasileira. Como os poetas agonizam, mas não morrem, segue o clássico de Nelson Sargento na voz de Beth Carvalho em duo com o mestre. 


https://www.youtube.com/watch?v=00frw_p59_A


Samba agoniza mas não morre


 Samba agoniza mas não morre 

 Alguém sempre te socorre

 Antes do suspiro derradeiro

 Samba negro, forte, destemido 

 Foi duramente perseguido 

 Na esquina, no botequim, no terreiro 

 Samba inocente, pé no chão 

 A fidalguia do salão 

 Te abraçou, te envolveu 

 Mudaram toda a tua estrutura 

 Te impuseram outra cultura 

 E você não percebeu 

 Mudaram toda a tua estrutura 

 Te impuseram outra cultura 

 E você não percebeu 

 Samba agoniza mas não morre 

 Alguém sempre te socorre 

 Antes do suspiro derradeiro 

 Samba negro, forte, destemido 

 Foi duramente perseguido 

 Na esquina, no botequim, no terreiro 

 Samba inocente, pé no chão 

 A fidalguia do salão 

 Te abraçou, te envolveu 

 Mudaram toda a tua estrutura 

 Te impuseram outra cultura 

 E você não percebeu 

 Mudaram toda a tua estrutura 

 Te impuseram outra cultura 

 E você não percebeu

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