CONFIAR APENAS NA FORÇA DO POVO PARA DERROTAR O GOVERNO GENOCIDA DO CAPITÃO

 Carente de boas notícias o governo do capitão anunciou com estardalhaço a alta do PIB, no primeiro trimestre de 2021, de 1,2% em relação ao último trimestre de 2020. Esse crescimento pífio foi suficiente para o histriônico Paulo Guedes alardear que o país pode estar a crescer em taxas bem maiores e já prevê crescimento de 5% para este ano. Porém, quando se analisa os dados com minúcia, vê-se que essa alta do PIB é extremamente precária e não atende os interesses das massas trabalhadoras. Foi a alta acima da média do PIB de São Paulo, de 1,7%, que puxou a alta geral do país. Excluindo São Paulo, a média nacional da alta do PIB foi de 0,95%. Quando se analisa os dados por setor econômico, o agronegócio, que se baseia no latifúndio monocultor para exportação, foi quem mais cresceu: alta de 5,7%. Ela reflete o crescimento da participação do setor no PIB total do país, que fechou 2020 com 26,6%, enquanto em 2019 essa participação era de 20,5%. Já a indústria extrativa cresceu 3,2% no primeiro trimestre em relação ao último trimestre de 2020. Porém, como se trata de exportações já contratadas desde 2020, boa parte dessa alta se deve mais a desvalorização cambial do que um grande crescimento do volume exportado. Esses dados confirmam cada vez mais a tese por nós sustentada de que assistimos a uma especialização regressiva da economia brasilera. O eixo da acumulação do capital gira em torno da agromineração exportadora e das atividades rentísticofinanceiras. No caso do agronegócio e das indústrias extrativistas, trata-se de um setor produtivo que gera pouco emprego, já que o setor não articula uma cadeia produtiva mais complexa. Forma-se uma economia de enclave, em que seus produtos são diretamente exportados e não passam por qualquer tipo de industrialização no país, deixando de gerar qualquer efeito na economia interna. As contradições geradas por essa regressão econômica são dramáticas. Do ponto de vista da demanda, o consumo das famílias caiu 1,7% no primeiro trimestre em relação ao último trimestre de 2020. Um reflexo dessa queda se deve a grande alta dos preços dos alimentos. Em 2020, para uma inflação oficial de 4,52%, os alimentos tiveram alta de 15%. Só o arroz acumula alta de 57% em um ano. O resultado é que o fantasma da fome volta a assolar os lares de milhões de famílias em todo o Brasil. A situação é mais grave no meio rural. Enquanto nas cidades a insegurança alimentar atinge 55,7% dos domicílios, no campo esse número chega a 75,2%. Essa situação se agrava com o cenário de descalabro da pandemia. Caminhamos para ter, até o final do mês, mais de 500 mil mortes. Esse genocídio do governo do capitão se coaduna com o projeto do capital de fazer o Brasil regredir à condição agro-exportadora e de semi-colônia do capital financeiro internacional. A burguesia brasileira, para garantir seus interesses, aprofunda um projeto de regressão social e de desmonte do Estado. Seu objetivo é o de saquear o patrimônio e as riquezas nacionais e aviltar o trabalho, ao aumentar a superexploração das massas trabalhadoras. Resta ao povo, como alternativa de sobrevivência, ter de ganhar a vida com o tal do “empreendedorismo”, que não passa de atividades terciárias precárias de baixa intensidade e pouca capitalização. O governo Bolsonaro busca aplicar esse projeto genocida sem considerações humanitárias. Deixar o povo se contaminar e morrer estão em linha com o projeto ultraliberal da burguesia brasileira. A CPI da Covid, mesmo com suas limitações, a cada semana revela como esse projeto não é fruto de incompetência ou má gestão, mas se trata de um objetivo calculado. A acumulação de capital tem de ser mantida a todo custo. Por isso o governo do capitão, em linha com os interesses de facções do capital, boicota as medidas de isolamento, incentiva o uso da cloroquina, ou de um inexistente tratamento precoce. Tudo para manter a economia funcionando, mesmo que ao custo de milhares de trabalhadores se expondo ao contágio e morrendo sufocados sem oxigênio. Além de deixar milhares com graves seqüelas de saúde para a vida toda. Ao mesmo tempo, o governo prolonga o calvário da pandemia, ao recusar a compra de vacinas, pois o prolongamento da crise sanitária atua como um poderoso fator de desmobilização da sociedade. Com isso, torna-se mais fácil ao governo do capitão passar a boiada com os projetos que facilitam o saque e o desmonte do Estado brasileiro. Ainda para este ano o Congresso espera aprovar a reforma administrativa e a privatização da Eletrobrás. Por isso, derrotar nas ruas o governo do capitão é fundamental para barrarmos o projeto de destruição do capital. As grandes manifestações de 29 de maio abriram uma nova conjuntura política no Brasil. Precisamos intensificá-las para derrotar esse governo genocida e de traição nacional. O governo Bolsonaro reage ao crescimento da insatisfação social com ameaças de ruptura institucional. Mas enfrenta dificuldades e resistência no interior do próprio campo burguês para levar a cabo esse projeto. Busca, agora, estender seu controle sobre os aparelhos repressivos do Estado, polícias e forças armadas. Entre as polícias militares tenta cultivar a insubordinação contra governadores adversários. E entre as forças armadas, submete-as aos seus caprichos, como fez recentemente com a pressão para que o comandante do exército não aplicasse qualquer punição ao general, e ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. E agora, numa jogada demagógica, para desviar a atenção da crise, anuncia a realização da Copa América no Brasil. A transmissão dos jogos foi vencida pelo SBT, cujo dono é Silvio Santos, apoiador de primeira hora de Bolsonaro e de quem o ministro das Comunicações, Fábio Faria, é genro. As massas trabalhadoras não podem criar ilusões de que a saída da tragédia social que vivemos virá de alguma facção burguesa ou de uma reação “republicana” das instituições. Só o povo na rua, organizado e em luta, poderá derrotar o projeto genocida e de destruição nacional do capital levada a cabo pelo governo do capitão. É o povo na rua que vai derrotar o governo Bolsonaro e suas tentações golpistas. Por isso, devemos trabalhar para construir, em 19 de junho, uma mobilização ainda maior. Não podemos esperar a eleição de 2022 para resolver a parada. E nem a frente de luta recentemente construída para coordenar as mobilizações pode se transformar em uma rinha entre pré-candidaturas. Só o povo salva o povo! E só a luta organizada vai derrotar o governo Bolsonaro e o projeto genocida e de destruição nacional do capital. 


 • POR VACINA, COMIDA E EMPREGO! 

 • FORA BOLSONARO E SEU GOVERNO GENOCIDA DE TRAIÇÃO NACIONAL!

 • ABAIXO O ULTRALIBERALISMO!

 • PELO SOCIALISMO! 

 • TODO O PODER ÀS MASSAS TRABALHADORAS!


08 de junho de 2021



SEÇÃO CULTURAL


 ZUZU ANGEL – A MÃE CORAGEM 

 Zuzu Angel completaria cem anos no último 5 de junho. Mãe de Stuart Angel Jones, dirigente do MR-8 e desaparecido político na ditadura militar, Zuzu empreendeu uma campanha de denúncias contra o regime e acerca das torturas e assassinatos nos órgãos de repressão. Zuzu foi a primeira estilista no Brasil a romper com os padrões de moda europeus. Valorizou as técnicas, materiais e estilos tradicionais do vestir e costurar no Brasil. Sua moda utilizava rendas, chitas e fitas, e estampas de papagaios, anjos e temas folclóricos. Com essa temática brasileira, as criações de Zuzu ganharam projeção internacional. A importância de Zuzu para a moda e a cultura brasileiras não desperta a devida atenção. Zuzu foi assassinada pela ditadura militar, tal como seu filho, em uma simulação de acidente automobilístico, em 1976. Aqui, a canção de Chico Buarque em homenagem à Zuzu Angel.


Angélica 

(Chico Buarque) 


 Quem é essa mulher 

 Que canta sempre esse estribilho? 

 Só queria embalar meu filho 

 Que mora na escuridão do mar 

 Quem é essa mulher 

 Que canta sempre esse lamento? 

 Só queria lembrar o tormento 

 Que fez o meu filho suspirar 

 Quem é essa mulher 

 Que canta sempre o mesmo arranjo? 

 Só queria agasalhar meu anjo 

 E deixar seu corpo descansar 

 Quem é essa mulher 

 Que canta como dobra um sino? 

 Queria cantar por meu menino 

 Que ele já não pode mais cantar 

 Quem é essa mulher 

 Que canta sempre esse estribilho? 

 Só queria embalar meu filho 

 Que mora na escuridão do mar


https://www.youtube.com/watch?v=Hfj6m 3etmKQ 


Link do filme Zuzu Angel 

 https://www.youtube.com/watch?v=TUv1 BTLBSBQ

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