IMPEACHMENT E CADEIA PARA O CAPITÃO PARA DERROTAR O AJUSTE ULTRALIBERAL DO CAPITAL

 A manifestação de 3 de julho pelo Fora Bolsonaro foi ainda maior do que as anteriores. No contexto das revelações feitas pela CPI da Covid cresceu, por todo o Brasil, a indignação popular contra um governo que é genocida e ladrão. Revela-se que o negacionismo do governo do capitão não tem razões ideológicas, mas é uma cobertura ao seu “negocionismo”. Por isso ele insistiu no tratamento precoce com cloroquina, pois assim se atendeu o interesse de capitalistas donos de laboratórios farmacêuticos que produzem esse remédio e são apoiadores de primeira hora do governo. Por isso ele se posicionou contra a vacina como estratégia eficaz de imunização, mas mudou de idéia quando viu, na compra de vacinas de laboratórios sem representação no Brasil, um meio para ele e sua corriola ganharem muito dinheiro na intermediação do negócio. Bolsonaro cometeu graves crimes de lesa-pátria e lesa-humanidade. Por isso, merece impeachment e cadeia! Esse contexto explica porque a adesão as manifestação de 3 de julho foi ainda maior. Adesão que contou com a presença de segmentos importantes, mas desorganizados, da juventude e da massa trabalhadora, que se mostram cada vez mais insatisfeitos e indignados com a piora acentuada das condições de vida, agravada pelo morticínio causado pelo negacionismo e o negocionismo de Bolsonaro. Um fator novo nas manifestações de 3 de julho foi a presença de militantes de partidos e movimentos anti-bolsonaristas de centrodireita, como PSDB e MBL. Ainda que diluídos, em muitos casos sem se apresentar de forma organizada e destacada, trataram de pegar carona nos atos organizados pela esquerda. Devem-se essa tática a sua evidente incapacidade de ocupar massivamente as ruas, por sua perda de influência política. Alguns de seus próceres políticos tentaram corrigir esse problema e, num esforço para diluir o caráter classista assumido pelas manifestações, pregaram que as bandeiras vermelhas deveriam ser deixadas em casa para dar lugar ao verde-amarelo da bandeira nacional. Isso demonstra o esforço da centro-direita em querer limitar os objetivos do Fora Bolsonaro ao mero afastamento do genocida da presidência. Fazem-no para preservar a política ultraliberal de saque e destruição do país comandada por Paulo Guedes. Prova disso foi a votação sobre o Estatuto dos Povos Indígenas. Kim Kataguiri votou favoravelmente ao projeto que impõe o marco temporal de 1988 e possibilita a exploração em mineração e garimpo em terras indígenas. O PSDB, dos três votos na CCJ, entregou dois. O repúdio popular ao bolsonarismo, com sua política de devastação social e de morticínio, tem sido o catalisador das manifestações que a cada dia crescem mais. Os atos, por esse motivo, devem manter seu caráter amplo e democrático, mas sem perder a orientação classista que os tem notabilizado até o momento. Nesse sentido, é preciso que a oposição de esquerda ao capitão transforme os atos em um processo de luta contra a política ultraliberal do capital que é a das privatizações, da entrega do patrimônio nacional, da entrega do orçamento ao rentismo por meio da Emenda Constitucional nº 95/2016 (Teto dos Gastos), da Reforma Trabalhista, da Reforma da Previdência e da Reforma Administrativa. Derrubar Bolsonaro é fundamental. Mas só isso não basta! Derrotar o bolsonarismo consiste também em derrotar todas as políticas ultraliberais que jogaram, por meio da violência institucional dirigido por um movimento fascista, a classe trabalhadora na miséria absoluta. 


• POR VACINA, COMIDA E EMPREGO!

• IMPEACHMENT E CADEIA PARA BOLSONARO!

• ABAIXO O AJUSTE ULTRALIBERAL!

• PELO SOCIALISMO! 

• TODO O PODER ÀS MASSAS TRABALHADORAS!


06 de julho de 2021



SEÇÃO CULTURAL


 O CREDO DE MILTON NASCIMENTO

 A partir de 1977, as grandes manifestações contra a ditadura ganhavam as ruas. Quando parecia para muitos que a ditadura iria se perpetuar, o movimento estudantil se mobilizava e o movimento sindical dava os primeiros sinais das grandes greves de fins dos anos 70 e início dos 80. A música brasileira refletia essa efervescência. Em 1977, o movimento estudantil tentou realizar o III Encontro Nacional de Estudantes com vistas à reconstrução da UNE, no campus da UFMG, em Belo Horizonte. O governo da ditadura proibiu o evento, 440 estudantes foram presos e 56 incursos na Lei de Segurança Nacional. A canção Credo, de Milton Nascimento e Fernando Brant, foi inspirada nesses eventos. Credo abre o LP Clube da Esquina 2, álbum clássico da MPB, que trouxe esperança e estímulo para a luta popular. Aqui a versão de 2021, de Mônica Salmaso acompanhada pelo piano de André Mehmari. 


Credo

(Milton Nascimento e Fernando Brant) 


 Caminhando pela noite de nossa cidade

 Acendendo a esperança e apagando a

 escuridão 

 Vamos, caminhando pelas ruas de nossa

 cidade 

 Viver derramando a juventude pelos

 corações 

 Tenha fé no nosso povo que ele resiste 

 Tenha fé no nosso povo que ele insiste 

 E acordar novo, forte, alegre, cheio de

 paixão 


 Vamos, caminhando de mãos dadas com a

 alma nova 

 Viver semeando a liberdade em cada 

 coração 

 Tenha fé no nosso povo que ele acorda 

 Tenha fé no nosso povo que ele assusta 


 Caminhando e vivendo com a alma aberta

 Aquecidos pelo sol que vem depois do

 temporal 

 Vamos, companheiros pelas ruas de nossa

 cidade 

 Cantar semeando um sonho que vai ter de

 ser real 

 Caminhemos pela noite com a esperança 

 Caminhemos pela noite com a juventude.

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