SÓ A LUTA POPULAR VAI DERRUBAR BOLSONARO
Cresce em ritmo acelerado a rejeição ao governo Bolsonaro. Pesquisas de opinião atestam a crescente perda de popularidade do governo do capitão. A mais recente feita pelo Datafolha traz números incontestáveis. De A rejeição ao governo atingiu seu maior índice: 51% o consideram ruim ou péssimo. Entre os pesquisados, 62% consideram Bolsonaro despreparado para liderar o país, 58% o consideram incompetente e 66% o consideram autoritário. A pesquisa também revela que hoje, 54% da população aprovam o impeachment de Bolsonaro. A causa imediata desse derretimento são as revelações cada vez mais irrefutáveis de que o governo Bolsonaro apostou numa criminosa política de imunização de rebanho e tratamentos ineficazes que já custou a vida de mais de 500 mil pessoas e a contaminação de quase 20 milhões de brasileiros. E quando decidiu pela compra de vacinas optou por uma marca sem aprovação da Anvisa e sem representantes legais da empresa no Brasil, o que facilitaria a intermediação de intermediários e a compra superfaturada desses imunizantes. O esquema, de conhecimento do capitão, era comandado por membros do Centrão e militares lotados no Ministério da Saúde. O escândalo catalisou a insatisfação popular com o aprofundamento da crise econômica e social para as massas trabalhadoras. Com a política ultraliberal do governo do capitão, o capital cada vez mais se acumula numa ponta. Em plena pandemia aumentou no Brasil o número de biolionários. Enquanto isso, mais da metade da população convive com algum nível de insegurança alimentar. Mais de 32 milhões de trabalhadores, cerca 1/3 da população economicamente ativa, está subutilizado: trabalha menos do que gostaria, está desempregado ou desistiu de procurar emprego. O resultado desse cenário catastrófico produzido pela agenda ultraliberal de Paulo Guedes, e revelado na pesquisa do Datafolha, é a percepção clara, para 66% dos pesquisados, de que o governo do capitão respeita mais os ricos donos do capital. Esse número alcança 72% entre os que ganham até 2 salários mínimos e entre os desempregados que procura emprego atinge 82%. Tudo junto e misturado, o resultado não poderia ser outro, senão o aparecimento de manifestações populares e a aprovação do impeachment de Bolsonaro por 54% dos pesquisados. Mesmo diante desse derretimento e com o crescimento da insatisfação popular e dos protestos, o Centrão parece não se abalar. Artur Lira, presidente da Câmara dos Deputados e um dos próceres do Centrão, anuncia que não há clima para impeachment. Essa posição é reforçada por Marco Aurélio de Mello, exministro do STF, que mesmo diante de tantos crimes cometidos por Bolsonaro, disse que impeachment agora é ruim para o Brasil. E os militares, diante das evidências de que seus membros lotados no Ministério da Saúde participavam do esquema de corrupção na compra de vacinas, reagiram com ameaças ao Congresso. E Bolsonaro, ao ver o barco afundar e sua reeleição cada vez mais distante, engrossou o coro golpista e em desespero ameaça a própria realização da eleição presidencial de 2022. A posição contrária ao impeachment desses atores políticos revela que facções do capital, por razões diversas, ainda estão decididos a sustentar o governo do capitão, mesmo diante do morticínio por ele causado contra o nosso povo. Não é mero acaso que a aprovação do governo seja maior entre os capitalistas, com 49% considerando-o ótimo ou bom, de acordo com a pesquisa do Datafolha. Por isso, nada podemos esperar das chamadas instituições. A derrubada de Bolsonaro será uma conquista das massas populares. Para isso, as manifestações pelo Fora Bolsonaro precisam ser ampliadas e tem de atrair amplos segmentos da massa trabalhadora. Isso será alcançado com uma agenda de luta que mobilize o povo em torno de demandas concretas, como a luta por mais serviços públicos, por emprego, por vacinas e contra o projeto de destruição nacional. E as mobilizações, por sua vez, precisam manter seu caráter aberto e democrático, mas sem perder o conteúdo e a orientação classista que as tem caracterizado. Seguir em frente e em luta. Dia 24 de julho será ainda maior!
• POR VACINA, COMIDA E EMPREGO!
• IMPEACHMENT E CADEIA PARA BOLSONARO!
• ABAIXO O AJUSTE ULTRALIBERAL!
• PELO SOCIALISMO!
• TODO O PODER ÀS MASSAS TRABALHADORAS!
13 de julho de 2021
SEÇÃO CULTURAL
NERUDA HOMENAGEIA FIDEL
No dia 12/07, o poeta chileno Pablo Neruda teria completado 117 anos. Militante do Partido Comunista de Chile até sua morte, Neruda é um dos maiores poetas de língua espanhola. Sua obra fala não apenas de seu país natal, mas de toda a América Latina. Neste momento em que Cuba é atacada pelo imperialismo, um poema de Neruda em homenagem a Fidel.
A Fidel
Fidel, Fidel, los pueblos te agradecen
palabras en acción y hechos que cantan,
por eso desde lejos te he traído
una copa del vino de mi patria:
es la sangre de un pueblo subterráneo
que llega de la sombra a tu garganta,
son mineros que viven hace siglos
sacando fuego de la tierra helada.
Van debajo del mar por los carbones
y cuando vuelven son como fantasmas:
se acostumbraron a la noche eterna,
les robaron la luz de la jornada
y sin embargo aquí tienes la copa
de tantos sufrimientos y distancias:
la alegría del hombre encarcelado,
poblado por tinieblas y esperanzas,
que adentro de la mina sabe cuándo
llegó la primavera y su fragancia
porque sabe que el hombre está luchando
hasta alcanzar la claridad más ancha.
Y a Cuba ven los mineros australes,
los hijos solitarios de la pampa,
los pastores del frío en Patagonia,
los padres del estaño y de la plata,
los que casándose con la cordillera
sacan el cobre de Chuquicamata,
los hombres de autobuses escondidos
en poblaciones puras de nostalgia,
las mujeres de campos y talleres,
los niños que lloraron sus infancias:
ésta es la copa, tómala, Fidel.
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