8 DE MARÇO – UMA BANDEIRA COMUNISTA (NOTA ESPECIAL)
O dia 8 de Março é dia de luta contra o capital! É dever das comunistas relembrar isso todo ano às mulheres e denunciar as ações na mídia e em espaços coletivos que remetem o dia das mulheres à lógica da conquista individual. Desde a defesa de ocupação de cargos de chefia no mundo político e executivo por mulheres ao empreendedorismo feminino, assistimos a histórias isoladas de sucesso que tem como objetivo iludir as mulheres trabalhadoras em seu conjunto, afastando-as da luta coletiva e verdadeiramente feminista. O 8M é dia de luta por dignidade, melhores condições de vida, justiça e igualdade! É dia de consciência de classe!
Os dados do mercado de trabalho no Brasil evidenciam porque o dia das mulheres é dia de luta da mulher trabalhadora: dos mais de 14% de brasileiros e brasileiras desempregados, a maior proporção é de mulheres. Em momentos de crescimento econômico, as mulheres realizam uma dupla jornada com condições precarizadas de trabalho; em tempos de crise, mantém a intensa jornada com desemprego. A pandemia do coronavírus explicita essa realidade: a crise sanitária retirou 8,5 milhões de mulheres do mercado de trabalho e, com isso, mais de 50% das mulheres nesta condição.
Essas mulheres continuam suportando jornadas intensas de trabalho doméstico em meio ao isolamento social. Os dados que apontam “fora do mercado de trabalho” não explicitam que o trabalho doméstico se entrelaça com uma série de trabalhos autônomos e altamente precarizados para manter a renda da casa: mercearias, comida pronta, doces, estética, brechós, cuidado de crianças, venda de roupas e calçados, dentre uma série de outras atividades, se multiplicam pelas periferias e nos quintais das casas. O empreendedorismo é vendido como saída meritocrática enquanto é na realidade sintoma da crise e do desemprego. Milhões de mulheres, sobretudo as mulheres negras que mais sofrem com o desemprego, se desdobram em duas, em três, para manter um enorme colchão de exploração pelo capital.
Soma-se à crise econômica e capitalista que vivemos, o fato de estarmos na periferia do sistema! O capital exige a piora de nossas condições de vida para manter seus padrões de lucro e acumulação a nível internacional. A PEC do teto dos gastos, a reforma trabalhista e a agenda ultraliberal de privatizações de Bolsonaro e Guedes recairão sobre as mulheres trabalhadoras com mais força! A alta criminosa no preço dos alimentos e no gás de cozinha e a ausência de um mínimo plano de vacinação redobram a exaustão do trabalho doméstico de milhões de mulheres no país.
É por isso que a bandeira das mulheres é a bandeira por outra sociedade. É nosso dever denunciar cotidianamente o governo e a agenda ultraliberais de Bolsonaro, Guedes e companhia. A luta do dia 8 de março é a mesma luta por comida, vacina e emprego de 100 anos atrás! É a luta por sistema público de saúde de qualidade e por investimento público em creches, escolas e postos de saúde. É luta pelo fim da violência e da exploração! É A LUTA PELO FIM DO CAPITALISMO. O dia 8 de março é dia de luta das mulheres trabalhadoras organizadas! É tempos de relembrar a história de mulheres de luta, a mulher trabalhadora do dia-a-dia!
• POR VACINA, COMIDA E EMPREGO
• FORA BOLSONARO E SEU GOVERNO GENOCIDA DE TRAIÇÃO NACIONAL
• ABAIXO O ULTRALIBERALISMO
• PELO SOCIALISMO
• TODO O PODER ÀS MASSAS TRABALHADORAS
Brasil, 08 de março de 2021
SEÇÃO CULTURAL
Mulheres pra frente! Futuro envolvente!
Uma aguerrida Dandara
No front : Maria Quitéria
Penha propôs uma lei séria
Anita era mulher rara
Bertha Lutz foi bem clara:
Mulher tinha que votar
Laudelina a se empenhar
Foi fundar um sindicato
Nísia Floresta com tato
Quis feminismo implantar
A coragem da Benário
A bravura da Teixeira
Sanidade da Silveira
Firmina e dom literário
Carolina em seu diário
Traçou "Quarto de despejo"
A justiça vai de ensejo
Na mente da visionária
Mulher revolucionária
Mundo de força e desejo.
Cristine Nobre Leite
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