FIM DO SEGURO-DESEMPREGO E DA MULTA DE 40% DO FGTS: SÓ A LUTA VAI REVERTER O RETROCESSO
A grande imprensa anunciou, na semana passada, que o governo do Capitão pretende fazer outra mini-reforma trabalhista em 2022. Dessa vez quer acabar com a multa de 40% do FGTS e o seguro-desemprego. O grupo de trabalho que formulou essas propostas as justifica repetindo a mesma cantilena liberal de sempre, de que há no país um “Custo Brasil”. Em resumo, para os donos do capital os trabalhadores teriam muitos direitos. E esses direitos impediriam as empresas de investir na produção e em novas contratações. Varridos esses direitos, a economia funcionaria às mil maravilhas, o emprego voltaria e os salários cresceriam.
Essa conversa mole foi usada para justificar a reforma trabalhista de Temer, a Emenda Constitucional 95 que impõe um teto nos gastos públicos e a reforma da previdência de Bolsonaro. Longe de produzir um novo ciclo de expansão econômica, o que vimos foi o aumento do desemprego, da precarização, do desalento e da miséria. O que essa onda de ataques aos direitos dos trabalhadores busca mesmo é aumentar a sua espoliação. Essa é a dinâmica do capitalismo dependente brasileiro. No contexto da dominação imperialista e da concorrência internacional, a burguesia brasileira só sobrevive se arrochar as condições de vida e de trabalho do povo. Além das razões de ordem econômica há também motivações políticas por trás dessa proposta. As chances de Bolsonaro vencer a eleição presidencial de 2022 diminuem a cada dia. A cada nova pesquisa aumenta a rejeição ao seu governo. Vendo as chances de reeleição diminuir, o Capitão se esforçar em ganhar popularidade com medidas demagógicas. E aliado ao capital, aprofunda a agenda de assalto e pilhagem do Estado e ataca os direitos do povo.
É preciso que desde o começo de 2022 todas as organizações sindicais e populares organizem suas bases para resistir. Temos de cobrar dos setores majoritários da esquerda que deixem de operar exclusivamente no módulo eleição e convoquem o povo para a luta. Não podemos cair na ilusão de que uma vitória eleitoral de candidaturas do chamado campo progressista será suficiente para reverter os ataques que temos sofrido desde 2016.
Esses são os votos da Arma da Crítica para o ano de 2022. Só o povo organizado e em luta pode derrotar o governo do Capitão e o capital. Que o próximo ano seja repleto de lutas capazes, inicialmente, de impor um fim ao ajuste liberal, revertendo todo o projeto de destruição do país e de espoliação do povo. Isso é condição primordial para colocarmos o povo em luta e prepararmos o terreno político e ideológico para a revolução socialista brasileira. Boas festas a todos e um 2022 cheio de lutas populares! Essa é a última nota de 2021. Retomaremos nossas análises a partir de 11 de janeiro de 2022.
• CONTRA O DESEMPREGO E O CUSTO DE VIDA
• IMPEACHMENT E CADEIA PARA BOLSONARO
• ABAIXO O AJUSTE ULTRALIBERAL
• PELO SOCIALISMO
• TODO O PODER ÀS MASSAS TRABALHADORAS
Brasil, 21 de dezembro de 2021
SEÇÃO CULTURAL
MONARCO:A ELEGÂNCIA DO SAMBA
Hildemar Diniz, o Monarco (Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1933 — Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 2021), foi um cantor e compositor brasileiro. Grande sambista. Baluarte e presidente de honra da escola de samba Portela. Foram mais de sete décadas dedicadas à música. Integrante mais antigo da Velha Guarda da escola de samba de Madureira, Monarco consagrou-se como uma referência da Marquês de Sapucaí ao lado de nomes como Paulinho da Viola e Clara Nunes. Ainda jovem, mudou-se para Oswaldo Cruz, bairro de origem da Portela, onde começou a compor sambas. Tamanho talento fez com que ele, com apenas 17 anos, integrasse a ala de compositores da Portela. Ao todo Monarco lançou seis álbuns no mercado fonográfico e acumulou participações ao lado de grandes estrelas da música brasileira, como Marisa Monte, Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho, dentre outros. Em 2019, o álbum “De Todos os Tempos” concorreu ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Samba/Pagode. Em sua homenagem publicamos aqui o samba Cavaleiro da Esperança. Esse samba foi composto por Paulo da Portela, comunista e outro gigante da cultura brasileira, em homenagem a Luís Carlos Prestes. Porém, devido a repressão do governo Dutra aos comunistas, Paulo não conseguiu terminar o samba. Em 1987, os produtores do filme Natal da Portela souberam da história e procuraram Monarco, que fez uma segunda parte e musicou o poema deixado por Paulo da Portela. Segue abaixo a letra completa do samba e o link do vídeo no YouTube com a história contada pelo próprio Monarco.
CAVALEIRO DA ESPERANÇA
Prestes, Cavaleiro da Esperança
És o homem que pelo povo lutou
Seu nome foi consagrado dentro das
urnas
Oh, Carlos Prestes,
Foi merecida a cadeira de senador
És o cavaleiro que sonhamos
E de ti muito esperamos
Com todo amor febril
Para amenizar as nossas dores
E levar bem alto as cores
Da bandeira do Brasil
És o defensor, da legalidade
Lutando pela nossa liberdade
Hoje o sambista, canta em seu louvor
Viva o nosso ilustre senador!
Oh, Prestes...
Link do vídeo no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=Y YXeXYxmlFM
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