REESTATIZAR A PETROBRÁS PARA COLOCÁ-LA À SERVIÇO DO POVO

 A Petrobrás é a maior empresa brasileira. Produz insumos básicos que garante a acumulação capitalista e tem impacto no cotidiano de milhões de trabalhadores, como gasolina, diesel, gás de cozinha. Também produz amônia e uréia para a fabricação de fertilizantes. Isso a torna a essencial na sociedade brasileira. Essa função estratégica precisa ser disputada pelas massas trabalhadoras, pois o rentismo tornou a Petrobrás presa dos interesses da especulação financeira.

O volume de capital mobilizado desperta a cobiça dos parasitas do rentismo. No segundo trimestre de 2021, registrou lucro líquido 42,9 bilhões de reais e destes, 31,6 bilhões de reais foram distribuídos entre acionistas. Para alcançar essa lucratividade e distribuir esses dividendos, desde o governo Temer a Petrobrás tem adotado uma política de preços que se baseia no valor internacional do barril de petróleo. Isso é feito para deixá-la atrativa ao mercado de capitais. Com a desvalorização do real frente ao dólar, o preço dos derivados tem sofrido reajustes frequentes, o que enriquece meia dúzia de especuladores. Só em 2021, a gasolina já sofreu reajuste de 73,4%.

Assiste-se a um verdadeiro desmonte e destruição da empresa. Sua capacidade de refino tem sido sistematicamente diminuída e a ociosidade em algumas refinarias chega a 30%. Para suprir a demanda interna a Petrobrás tem importado gasolina e diesel. A BR Distribuidora foi privatizada por mera venda de ações na bolsa de valores sem qualquer debate no Congresso. Anuncia-se a privatização de 8 refinarias que respondem por 50% do refino de petróleo no Brasil. Privatiza-se terminais, dutos e se fecha fábricas de fertilizantes em Sergipe, Bahia e Paraná, o que aumenta sua importação e encarece ainda mais o preço dos alimentos.

Cerca de 75% da reserva do pré-sal é controlada por 13 grandes multinacionais. Quem paga o preço dessa farra é o povo trabalhador. A gasolina já bate em 7 reais o litro. O gás de cozinha já chega a 130 reais, o que obriga muitas famílias a cozinhar com lenha, ou a utilizar álcool doméstico, aumentando os acidentes domésticos por queimaduras graves. Incapaz de atacar o problema pela raiz, Bolsonaro faz o que mais sabe: terceiriza as responsabilidades. Acusa o ICMS cobrado pelos estados como o vilão pela alta dos preços. Mas o problema central do alto preço dos combustíveis está na política do rentismo, mantida por Bolsonaro, de ver na Petrobrás apenas um mero veículo de distribuição de dividendos. As massas trabalhadoras precisam disputar a Petrobrás. Por sua posição no sistema produtivo e no cotidiano do povo, ela deve ser colocada a serviço do povo e não do rentismo. Para isso ela deve ser completamente reestatizada, internalizada sua cadeia de extração, refino e distribuição, com impactos positivos na geração de emprego em uma ampla cadeia produtiva que abarca indústria química, metalúrgica e agrícola. E como patrimônio do povo, seus lucros devem ser revertidos em investimentos públicos como saúde e educação.

A fundação da Petrobrás, em 1953, foi um marco na luta do povo brasileiro por seu desenvolvimento e independência nacional. Agora, forças antipopulares e antipatrióticas querem destruir a empresa. Cabe às massas trabalhadoras retomarem o controle da Petrobrás, colocando-a sob seu interesse.


• CONTRA O DESEMPREGO E O CUSTO DE VIDA 

• IMPEACHMENT E CADEIA PARA BOLSONARO 

• ABAIXO O AJUSTE ULTRALIBERAL 

• PELO SOCIALISMO 

• TODO O PODER ÀS MASSAS TRABALHADORAS  


Brasil, 26 de outubro de 2021




SEÇÃO CULTUAL 


A CAMPANHA “O PETRÓLEOÉ NOSSO!”


A fundação da Petrobrás foi um marco na luta do povo brasileiro por sua independência e desenvolvimento nacional. A Campanha por sua criação foi lançada em 21/04/1948, pelo Centro de Estudos e Defesa do Petróleo (Cedepen), com o lema “O Petróleo é Nosso”. No clima de nacionalismo progressista da época, a Campanha se tornou um movimento de massa no qual os comunistas tiveram papel fundamental na organização e mobilização do povo. A luta pela criação da Petrobrás foi dura, pois os setores entreguistas da burguesia brasileira, apoiados pelo imperialismo, mobilizavam-se contra a criação da empresa. Em 03 de outubro de 1953 é aprovada a lei 2.004, que cria a Petrobrás e instituiu o monopólio estatal na exploração, refino e transporte. Hoje, a Petrobrás é alvo da cobiça do capital financeiro, que enxerga na empresa apenas um ativo destinado a gerar dividendos aos especuladores. O PPI (Preço de Paridade de Importação), é utilizado pela empresa para definir os valores dos combustíveis, sendo a causa do aumento constante em seus preços. Publicamos aqui o cordel da poetisa Cristine Nobre Leite, que denuncia a política antipovo do PPI.


Preço de Paridade de Importação (PPI): justifica a carestia

(Por Cristine Nobre Leite)


Propaganda enganosa 

A Petrobrás foi fazer 

Agora vai se valer 

Dessa ação desastrosa 

Bastou um dedo de prosa 

Vindo do Observatório 

Um filme satisfatório 

Que revelou a verdade 

Perfeita publicidade 

Pro PPI ser notório 


Desde o governo de Temer

 Que o PPI foi lançado

 E nunca foi reparado 

Segue sem se desprender 

Petróleo caro a render 

Problemas para o Brasil 

Porque o preço do barril 

Ao dólar foi ajustado 

PPI grande culpado 

Governo vai sendo hostil


 O aumento da gasolina 

Não se ligado aos Estados 

Fiquemos bem informados

 Petróleo aqui se refina 

No Brasil há muita "mina"

 Poços têm em quantidade 

Esse aumento é maldade 

Lucram multinacionais 

E o povo cada vez mais 

Tem vida sem qualidade 


Tudo acaba aumentando 

O Diesel, gás e a feira 

E a carne já de terceira 

Custa a vir alimentando 

E quem vai nos governando 

Pensa em Privatização 

Da Petrobrás, sem razão 

Pois é o nosso patrimônio 

E esse PPI demônio 

É bom que tenha extinção.



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