TRANSFORMAR A REPÚBLICA DOS RICOS EM REPÚBLICA DO POVO

 A revista Forbes anunciou, em agosto, que o Brasil pulou de 275 bilionários em 2020 para 315 neste ano. A fortuna pessoal dessa gente soma 1,9 trilhão de reais, o que equivale a 25 % do PIB de 2020. Ainda de acordo com a revista, o que explica esse salto é o aquecimento do mercado de capitais. Só no primeiro trimestre deste ano teriam ocorrido 27 IPOs, quando uma empresa faz oferta pública inicial de ações. Isso tornou o Brasil o quinto país com a maior capitalização de mercado do mundo. Um volume total de 5,5 trilhões de reais.

O que a matéria da Forbes não fala é que a promessa de remuneração das ações está vinculada a rentabilidade das empresas. Em outras palavras, o quanto ela vai obter de lucro, que depende da taxa de exploração dos trabalhadores. Quanto menor os salários e os direitos maior será o lucro do capitalista. Com isso, garante-se a remuneração dos investidores que compram as ações. Essa é a lógica do capital em sua fase financeirizada e rentista.

Para isso o capital necessita rebaixar o valor da força de trabalho. Por isso tem ocorrido um ataque sistemático aos direitos da classe trabalhadora. O Congresso aprovou a reforma da CLT, a reforma da previdência e o teto nos gastos públicos. O STF julgou constitucional a terceirização das atividades-fins.

É assim que se criam bilionários, fazendo metade da população enfrentar algum nível de insegurança alimentar, que mais de 20 milhões literalmente passem fome e que quase 25 milhões de trabalhadores tenham de viver com uma renda mensal de até ¼ do salário mínimo, ou seja, 275 reais.

Os ataques aos direitos e a deterioração das condições de vida sofridas pelo povo refletem o que sempre foi a República no Brasil. Uma República que nasceu oligárquica, autocrática e pouco aberta às pressões igualitárias vindas de baixo. Uma República que sempre tratou a questão social como caso de polícia. Uma República feita sob medida para os ricos. 

Nesta semana, o Brasil comemora no dia 15 os 132 anos da proclamação de uma República que sempre foi para poucos. Mas também comemoramos em 20 de novembro os 326 anos da morte de Zumbi dos Palmares, símbolo da luta e da resistência do nosso povo contra a exploração e o colonialismo. Que a epopéia dos palmarinos, sob a liderança de Zumbi e de Dandara, que foi capaz de construir, nas palavras do grande poeta Nei Lopes, o primeiro Estado livre do Brasil, nos sirva de exemplo. Só a LUTA ORGANIZADA é o caminho para transformarmos a República dos ricos em uma República autenticamente popular. Em outras palavras: uma REPÚBLICA SOCIALISTA.


• CONTRA O DESEMPREGO E O CUSTO DE VIDA 

• IMPEACHMENT E CADEIA PARA BOLSONARO 

• ABAIXO O AJUSTE ULTRALIBERAL 

• PELO SOCIALISMO 

• TODO O PODER ÀS MASSAS TRABALHADORAS 


Brasil, 16 de novembro de 2021




SEÇÃO CULTURAL 


20 DE NOVEMBRO – DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA 


Em 20 de Novembro se comemora o Dia da Consciência Negra. A data é uma deferência à morte de Zumbi dos Palmares pelo colonialismo português em 1695. Zumbi e Dandara simbolizam a luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a exploração e o colonialismo. Mas também simboliza a luta atual da população afro-brasileira contra o racismo, a discriminação, o preconceito e a violência dos aparelhos de Estado, principalmente seus ramos repressivos, como a polícia e o judiciário. Em homanegem à data publicamos aqui a letra da música Zumbi, de Gilberto Gil, feita para o filme Quilombo, de 1984, dirigido por Cacá Diegues. Ao final também compartilhamos o link do filme.


ZUMBI 

(GilbertoGil) 


 Zumbi, comandante guerreiro

 Ogunhê, ferreiro-mor capitão

 Da capitania da minha cabeça

 Mandai a alforria pro meu coração

 Minha espada espalha o sol da guerra

 Rompe mato, varre céus e terra

 A felicidade do negro é uma felicidade

 guerreira

 Do maracatu, do maculelê e do moleque

 bamba

 Minha espada espalha o sol da guerra

 Meu quilombo incandescendo a serra

 Tal e qual o leque, o sapateado do 

 mestre-escola de

 samba

Tombo-de-ladeira, rabo-de-arraia, fogo-

de-liamba 

Em cada estalo, em todo estopim, no pó

do motim

Em cada intervalo da guerra sem fim

canto assim 

A felicidade do negro é uma felicidade

guerreira! 

A felicidade do negro é uma felicidade

guerreira!

A felicidade do negro é uma felicidade

guerreira! 

Brasil, meu Brasil brasileiro

Meu grande terreiro, meu berço e nação

Zumbi protetor, guardião padroeiro

Mandai a alforria pro meu coração


 (https://www.youtube.com/watch?v=y62 borCgWxU) Link do filme Quilombo: https://www.youtube.com/watch?v=Jz0M-vcCB4

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