ENFRENTAR A CRISE SOCIAL COM LUTA

 No Brasil, a vida cotidiana do povo sempre foi, historicamente, dura e difícil. A classe trabalhadora, por essas plagas, sempre esteve submetida a formas brutais de exploração. Em certos momentos históricos, como o que estamos vivendo atualmente, quando as forças do capital precisam atualizar os mecanismos de espoliação e expropriação do povo, essa brutalidade é ainda mais agravado com o ajuste ultraliberal imposto a partir do golpe de 2016.

 O resultado desse ajuste ultraliberal escancara um capitalismo que estruturalmente depende da superexploração do povo para garantir os superprivilégios dos ricos. É isso que explica em plena pandemia termos visto crescer de 75 para 115 o número de bilionários. Para produzir essa pouca dezena de bilionários é preciso deixar 20 milhões sem ter o que comer e outros 120 milhões obrigados a enfrentar algum nível de insegurança alimentar. 

O capitalismo brasileiro, colocado em uma condição quase de semi-colônia do capital financeiro internacional, é irreformável. No atual estágio histórico em que o próprio capitalismo promove, em todo o mundo e mesmo nos países imperialistas, um duro ajuste contra a classe trabalhadora, em nações como o Brasil isso é ainda mais violento. Portanto, a burguesia, por aqui, admite-se muito que o Estado execute políticas compensatórias que distribuem migalhas como meio de conter as tensões sociais e que administre de modo mais humano a barbárie produzida pelo próprio capital.

Nesse cenário, só resta como alternativa às massas trabalhadoras a organização e a luta. Sabemos que essa saída não é fácil e apresenta, nas condições atuais em que predomina o pessimismo e a desorganização, de dificuldades adicionais. Mas na luta de classe não existe atalho. Ou o conjunto da esquerda, e os comunistas em particular, assumem tarefas organizativas, ou a reação espontânea das massas frente às desgraças cotidianas serão capturadas pelos políticos demagogos, pelo neofascismo e por religiosos fundamentalistas, que apresentarão como saída soluções assistencialistas.

Porém, está cada vez mais evidente, para amplos segmentos da população, que a responsabilidade por muitos dos problemas vividos pelo povo é do governo Bolsonaro. Ainda que essa perspectiva se cinja a uma individualização da crise social, o fato é que o governo do capitão genocida condensa um projeto ultraliberal altamente destrutivo, antinacional e antipovo. Cabe-nos aproveitar esse contexto e organizar as massas trabalhadoras contra esse governo genocida, bem como tudo e todos que ele representa.

Um passo importante nessa escalada de luta é o de transformar o 1º de Maio, dia dos Trabalhadores, em uma grande manifestação popular que unifique o conjunto da esquerda pelo Fora Bolsonaro e pela derrota do ultraliberalismo.


• CONTRA O DESEMPREGO E O CUSTO DE VIDA 

• IMPEACHMENT E CADEIA PARA BOLSONARO 

• ABAIXO O AJUSTE ULTRALIBERAL 

• PELO SOCIALISMO 

• TODO O PODER ÀS MASSAS TRABALHADORAS  


Brasil, 29 de março de 2022





SEÇÃO CULTURAL


CENTENÁRIO DO MOVIMENTO COMUISTA NO BRASIL


Em 25 de março se comemorou o centenário de fundação do Partido Comunista – Seção Brasileira da Internacional Comunista. Não nos interessa aqui disputas mesquinhas para saber a qual legenda cabe a herança histórica. No momento em que os comunistas e o comunismo enfrentam uma nova onda de ataques , importa-nos valorizar o papel que os comunistas desempenharam em nosso país como força civilizatória, independente da força organizativa em que estiveram ou estão ligados. Nesse sentido publicamos aqui, como homenagem a todos os comunistas brasileiros o poema de Cristine Nobre Leite, Comunismo Brasileiro Faz Cem Anos.


Comunismo Brasileira Faz Cem Anos

 (CristineNobre Leite) 


Lá em mil e novecentos 

No ano de vinte e dois 

Sem adiar pra depois 

Deram-se procedimentos 

Homens com discernimentos 

Pensando bem nos humanos 

Conforme tinham em planos 

Se organizaram ligeiro 

Comunismo brasileiro 

Fazendo agora cem anos 


Março é comemoração 

E tem data interessante 

Vinte e cinco é importante 

PCB fez fundação 

Olhou pra Revolução 

Viu uns burgueses tiranos 

E proletários com danos 

Precisava ser parceiro 

Comunismo brasileiro 

Fazendo agora cem anos

 

Antes vieram anarquistas 

Como o José Oiticica 

Luta que se identifica 

Com a cara dos comunistas 

Combater capitalistas 

De grandes centros urbanos 

Com ideais soberanos 

Autogestão de dinheiro 

Comunismo brasileiro 

Fazendo agora cem anos 


Seguindo o marxismo 

O Astrojildo Pereira 

Foi tomando dianteira 

E rompeu com o anarquismo 

Alinhado ao bolchevismo 

Se encorajou sem enganos 

Juntou outros tantos manos 

No belo Rio de Janeiro 

Comunismo brasileiro 

Fazendo agora cem anos 


Caíram em Lei Celerada 

Aguentaram repressão 

A Prestes deram a mão 

A luta não foi parada 

Araguaia na jogada 

"Levante" com os fulanos 

Bem por debaixo dos panos: 

"Camarada , companheiro"! 

Comunismo brasileiro

Fazendo agora cem anos

Comentários

Postagens mais visitadas