PARA ALCANÇAR A PAZ É PRECISO DERROTAR O NAZISMO E A OTAN
O mundo acompanha, preocupado, o conflito entre Ucrânia e Rússia. Teme-se uma escalada do conflito, o que colocaria em risco a vida de milhões de pessoas, especialmente da classe trabalhadora.
Esse conflito insere no contexto de uma disputa inter-imperialista. É patente o declínio do imperialismo norte-americano de de seus associados europeus. A China, associada à Rússia, emerge como nova grande potência econômica e seus monopólios são capazes de concorrer com seus homólogos ocidentais. Mas a China, ao menos por enquanto, expande sua influência global por meio de acordos comerciais, sem utilizar força bélica. A Rússia, por sua vez, tornou-se grande fornecedora de energia como o gás, que move a indústria capitalista europeia. Essa integração energética tem sido alvo de ataque dos Estados Unidos, pois coloca em risco a hegemonia do dólar como moeda de troca internacional e uma indesejada autonomia europeia, por isso, os gringos e a Otan movem seus peões para detoná-la.
Para aumentar o cerco à Rússia em 2014 a Otan, União Europeia e os Estados Unidos patrocinaram um golpe de estado na Ucrânia. Não pejaram em utilizar forças abertamente Nazistas. Consumado o golpe, setores da oposição liberal, além do Partido Comunista foram colocados na ilegalidade. Em Odessa, em 02/05/2014, grupos neonazistas apoiados pela polícia, queimaram o prédio onde funcionava a Casa dos Sindicatos e sede do Partido Comunista, mataram mais de 40 pessoas. A língua Russa está proibida. A glorificação de nazistas que se aliaram aos ocupantes alemães na segunda guerra tornou-se rotineira. Milícias nazistas se espalharam pelo país e foram incorporadas pelo governo do presidente Volodymyr Zelensky à Guarda Nacional Ucraniana. O país se tornou nos últimos anos um polo de treinamento de neonazistas de todo o mundo. Isso inclui brasileiros como Sara Winter, que comandou protestos em 2020 que pediam o fechamento do STF e a Ucranização do Brasil.
A resistência à nazificação coube às províncias de Donetsk e Lugansk, na região do Donbass, fronteira com a Rússia. Comunistas e patriotas formaram milicias que expulsaram o exército Ucraniano. A situação levou aos acordos de Minsk, em 2015, que reconhece a autonomia dessas regiões e estabelecem o fim das hostilidades. Mas o exército da Ucrânia continuou o bombardeio das cidades e vilas. Também formou os chamados “batalhões punitivos”, que cometeram atrocidades contra a população local. O desejo de Kiev é o retomar Donbass à força e promover uma limpeza étnica na região, expulsando os habitantes russófonos. Por isso, Putin decidiu reconhecer a independência dessas republicas.
Compreende-se assim as razões russas e entendemos esse ataque como uma ação defensiva. Contudo, não consideramos Putin como Lenin redivivo que vai restaurar a URSS. Ele representa os interesses de uma burguesia Russa em ascensão que se forma pela usurpação das propriedades do povo soviético, após a destruição do socialismo no país. No pronunciamento em que justificou o reconhecimento de Donetsk e Lugansk, Putin criticou os bolcheviques naquela que talvez seja uma de suas maiores contribuições ao movimento comunista internacional: A autodeterminação dos povos. Putin mira dois alvos nessa crítica: estancar o crescimento dos comunistas russos verificado nas últimas eleições e indicar a reconstrução de uma Rússia histórica.
Os comunistas historicamente se colocaram contra as guerras que não representem a luta de libertação de um povo contra um sistema político e econômico injusto. Mas esse conflito possui sutilezas que precisam ser consideradas. Sem ter ilusões com Putin e reconhecendo o sofrimento que uma guerra acarreta, a conquista da paz só será possível com a derrota da Otan, do imperialismo e dos nazistas a seu serviço.
• CONTRA O DESEMPREGO E O CUSTO DE VIDA • IMPEACHMENT E CADEIA PARA BOLSONARO • ABAIXO O AJUSTE ULTRALIBERAL • PELO SOCIALISMO • TODO O PODER ÀS MASSAS TRABALHADORAS
Brasil, 01 de março de 2022
SEÇÃO CULTURAL
YVONNE LARA A RAINHA DO SAMBA
Yvonne Lara da Costa, mais conhecida como Dona Yvonne Lara (Rio de janeiro 13 de abril de 1922- Rio de Janeiro 16 de abril de 2018), foi uma cantora e compositora brasileira. Conhecida como rainha do samba e grande dama do samba ela foi a primeira mulher a assinar um samba enredo e a fazer parte da ala de compositores de uma escola, a Império Serrano. Formada em enfermagem e serviço social. Foi uma das primeiras mulheres negras a terem um curso superior no país. Fez especialização em Terapia Ocupacional, ela trabalhou como enfermeira e assistente social de hospitais psiquiátricos de 1947 a 1977 e atuou no Serviço Nacional de Doenças Mentais, como a Dra. Nise da Silveira, uma das principais referencias da luta antimanicomial no Brasil. Seu trabalho nessa área foi tão importante que em 2016, a professora da faculdade de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Graziela Scheffer, publicou o artigo acadêmico "Serviço Social e Dona Yvonne Lara: O Lado negro e laico da nossa história profissional". Em uma época em que pacientes de doenças mentais eram institucionalizados e abandonados pela família, Yvonne se deslocava para municípios do Rio e de Estados vizinhos, localizando parentes dos internos para apresentar uma visão diferente da maioria dos diagnósticos médicos, apresentando uma visão humanizada. Dona Yvonne levou a terapia musical para seus pacientes no Instituto de Psiquiatria do Engenho de Dentro com oficinas de música. Essa oficina mais tarde deu origem ao bloco de carnaval "Loucura suburbana". Em 1977, Yvonne se aposentou da carreira em enfermagem e assistência social para se dedicar integralmente à sua carreira musical.
Em sua homenagem publicamos aqui aquela que é uma de suas composição mais famosa Sonho Meu:
Sonho meu
(Yvonne Lara)
Sonho meu, sonho meu
vai buscar quem mora longe, sonho meu
sonho meu, sonho meu
vai buscar quem mora longe, sonho meu
vai mostrar essa saudade, sonho meu
com a sua liberdade, sonho meu
no meu céu a estrela guia se perdeu
e a madrugada fria só me traz melancolia
sonho meu,
sinto o canto da noite na boca do vento
fazer a dança das flores
no meu pensamento
traz a pureza de um samba
sentido, marcado de mágoas de amor
um samba que mexe com o corpo da gente
e o vento vadio embalando a flor.
Segue o link em que Yvonne Lara interpreta a canção com Clementina de Jesus
https://www.youtube.com/watch?v=9ubHKUmjWZY.
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